Vocabulário Internacional de Metrologia – Conceitos fundamentais e gerais e termos associados (VIM)

O Vocabulário Internacional de Metrologia, também conhecido como VIM (do inglês International Vocabulary of Metrology), é um documento que estabelece os termos e definições fundamentais utilizados no campo da metrologia. Seguir o VIM é de extrema importância, pois proporciona uma base comum de entendimento e comunicação entre profissionais e organizações envolvidos em atividades relacionadas à medição.

O VIM é um padrão internacionalmente reconhecido e adotado por diversas instituições e organismos de metrologia em todo o mundo. Ele define termos-chave e conceitos essenciais para a compreensão da metrologia, abrangendo áreas como a medição, as unidades de medida, a incerteza, a calibração, entre outras.

Uma das principais vantagens de seguir o VIM é a garantia da clareza e da consistência na comunicação sobre medições. Ao utilizar os termos e definições padronizados pelo VIM, os profissionais podem se comunicar de forma precisa e unificada, evitando ambiguidades e interpretações errôneas. Isso é especialmente importante em atividades que envolvem medições críticas e precisas, onde qualquer ambiguidade na terminologia pode levar a erros ou inconsistências nos resultados.

Além disso, o VIM promove a interoperabilidade e a harmonização das práticas de medição em âmbito global. Ao adotar os conceitos e termos definidos pelo VIM, os diferentes sistemas de medição podem se alinhar e coordenar de forma mais eficiente. Isso é particularmente relevante em cenários internacionais, onde a padronização e a harmonização são necessárias para facilitar a cooperação e o comércio entre diferentes países e regiões.

Outro aspecto importante é a disseminação do conhecimento e a formação de profissionais capacitados em metrologia. O VIM fornece uma referência centralizada e atualizada para a terminologia e os conceitos da área, sendo uma fonte confiável de informação para estudantes, pesquisadores e profissionais que desejam se aprofundar nesse campo. Seguir o VIM permite que os profissionais adquiram uma base sólida de conhecimento em metrologia e contribuam para o avanço dessa ciência.

Por fim, a aplicação do VIM promove a credibilidade e a confiança nas atividades de medição. Ao utilizar uma terminologia precisa e consistentemente definida, as organizações e os profissionais envolvidos na medição demonstram seu compromisso com a excelência técnica e a qualidade dos resultados. Isso fortalece a confiança dos clientes, parceiros comerciais e órgãos reguladores nos processos de medição realizados.

Em resumo, seguir o Vocabulário Internacional de Metrologia (VIM) é fundamental para garantir uma comunicação clara, precisa e consistente no campo da metrologia. Ele proporciona uma base comum de termos e definições, promove a interoperabilidade global, dissemina o conhecimento e contribui para a credibilidade das atividades de medição. A adoção do VIM beneficia tanto os profissionais quanto as organizações envolvidas em processos de medição, contribuindo para a qualidade e a confiabilidade dos resultados obtidos.

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Convenções
Regras de terminologia
As definições e os termos dados nesta 3a edição, assim como seus formatos, cumprem tanto quanto possível com as regras de terminologia indicadas nas normas ISO 704, ISO 1087-1 e ISO 10241. Em particular, o princípio da substituição se aplica: é possível em qualquer definição substituir um termo que se refere a um conceito definido em outra parte do VIM pela definição correspondente àquele termo, sem gerar contradição ou circularidade.
Os conceitos são listados em cinco capítulos e em ordem lógica em cada capítulo.
Em algumas definições, o uso de conceitos não definidos (também denominados “primitivos”) é inevitável. Neste Vocabulário, tais conceitos não definidos incluem: sistema, componente, fenômeno, corpo, substância, propriedade, referência, experimento, exame, magnitude, material, dispositivo e sinal.
Para facilitar a compreensão das diferentes relações entre os vários conceitos dados neste Vocabulário, foram introduzidos diagramas conceituais. Eles são apresentados no anexo A.
Número de referência
Os conceitos que aparecem na 2a e na 3a edição têm um número de referência duplo. Na 3a edição, o número de referência é impresso em negrito e a referência anterior da 2a edição é dada entre parênteses e com fonte simples.

Sinônimos
Vários termos para o mesmo conceito são permitidos. Se mais de um termo é apresentado, o primeiro termo é o preferido e é utilizado ao longo do texto na medida do possível.

Negrito
Os termos que designam um conceito a ser definido são impressos em negrito. No texto de um determinado item, os termos correspondentes a conceitos definidos em outra parte do VIM são também impressos em negrito na primeira vez que aparecem.

Aspas
Neste documento, as aspas duplas (“…”) são utilizadas para as citações ou para pôr em evidência uma palavra ou um conjunto de palavras.

Símbolo decimal
O símbolo decimal adotado neste documento é a vírgula.
Termos em francês “mesure” e “mesurage” (respectivamente, “medida” e “medição”)
A palavra francesa “mesure” tem diversos significados no dia-a-dia na língua francesa. Por este motivo, no documento original, não é utilizada sem que a ela seja associada uma qualificação. Pelo mesmo motivo foi introduzida a palavra francesa “mesurage” para descrever o ato de medição.
Entretanto, a palavra francesa “mesure” aparece muitas vezes neste documento para formar termos, seguindo o uso corrente e sem apresentar ambigüidade. Os exemplos são: instrument de mesure, appareil de mesure, unité de mesure, méthode de mesure. Isto não significa que o uso da palavra francesa “mesurage” no lugar do “mesure” em tais termos não seja permissível, caso apresente vantagens.
Nesta versão brasileira adotou-se a palavra medida para compor apenas quatro termos. São eles: unidade de medida, unidade de medida fora do sistema, rastreabilidade metrológica a uma unidade de medida, medida materializada.

Nesta versão brasileira foi adotada a colocação dos termos originais (em inglês e francês) abaixo dos termos correspondentes em português, o que, juntamente com o índice trilíngüe, deverá facilitar sobremaneira a pesquisa de um determinado termo. Os termos em negrito são os termos preferenciais.
Símbolo de igualdade por definição
O símbolo := significa “é por definição igual a”, como indicado nas séries das normas ISO 80000 e IEC 80000.
Intervalo
O termo “intervalo” e o símbolo [a; b] são utilizados para designar o conjunto de números reais x tal que a ≤ x ≤ b, onde a e b > a são números reais. O termo “intervalo” é utilizado aqui como “intervalo fechado”. Os símbolos a e b indicam as extremidades do intervalo [a; b].

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1 Grandezas e unidades
1.1 (1.1)
grandeza
quantity
grandeur
Propriedade de um fenômeno, de um corpo ou de uma substância, que pode ser expressa quantitativamente sob a forma de um número e de uma referência.
NOTA 1: O conceito genérico de “grandeza” pode ser dividido em vários níveis de conceitos específicos, conforme apresentado na tabela a seguir. O lado esquerdo da tabela mostra conceitos específicos do conceito de “grandeza”. Estes são conceitos genéricos para as grandezas individuais situadas na coluna à direita.

NOTA 2: A referência pode ser uma unidade de medida, um procedimento de medição, um material de referência ou uma combinação destes.
NOTA 3: As séries ISO 80000 e IEC 80000 Quantities and units fornecem os símbolos das grandezas. Os símbolos das grandezas são escritos em itálico. Um dado símbolo pode indicar diferentes grandezas.
NOTA 4: O formato preferido pela IUPAC-IFCC para designar as grandezas nos laboratórios de biologia médica é “Sistema-Componente; tipo de grandeza”.

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EXEMPLO: “Plasma (Sangue)–Íon sódio; concentração em quantidade de matéria igual a 143 mmol/l numa determinada pessoa, num determinado instante”.
NOTA 5: Uma grandeza conforme definida aqui é um escalar. Entretanto, um vetor ou um tensor, cujas componentes são grandezas, é também considerado como uma grandeza.
NOTA 6: O conceito de “grandeza” pode ser genericamente dividido em, por exemplo, “grandeza física”, “grandeza química” e “grandeza biológica”, ou grandeza de base e grandeza derivada.
1.2 (1.1, Observação 2)
tipo de grandeza
tipo
kind of quantity ; kind
nature de grandeur ; nature
Aspecto comum a grandezas mutuamente comparáveis.

*Nota dos tradutores: Foi mantida a unidade de carga em kg em respeito aos textos originais em inglês e em francês.

NOTA 1: A divisão do conceito de “grandeza” de acordo com o “tipo de grandeza” é de certa maneira arbitrária.
EXEMPLO 1: As grandezas diâmetro, circunferência e comprimento de onda são geralmente consideradas como grandezas do mesmo tipo, isto é, do tipo de grandeza denominada comprimento.
EXEMPLO 2: As grandezas calor, energia cinética e energia potencial são geralmente consideradas como grandezas do mesmo tipo, isto é, do tipo de grandeza denominada energia.
NOTA 2: Grandezas do mesmo tipo, num dado sistema de grandezas, têm a mesma dimensão.
Contudo, grandezas de mesma dimensão não são necessariamente do mesmo tipo.
EXEMPLO: As grandezas momento de uma força e energia não são, por convenção, consideradas como do mesmo tipo, apesar de possuírem a mesma dimensão. O mesmo ocorre para capacidade calorífica e entropia, assim como para número de entidades, permeabilidade relativa e fração mássica.
NOTA 3: Nesta versão brasileira, os termos para as grandezas na metade esquerda da tabela em 1.1,
NOTA 1, são utilizados freqüentemente para designar os correspondentes “tipos de grandeza”.
1.3 (1.2)
sistema de grandezas
system of quantities
système de grandeurs
Conjunto de grandezas associado a um conjunto de relações não contraditórias entre estas grandezas.
NOTA: Grandezas ordinais, tais como dureza Rockwell C, geralmente não são consideradas como pertencentes a um sistema de grandezas porque estão relacionadas a outras grandezas somente através de relações empíricas.
1.4 (1.3)
grandeza de base
base quantity
grandeur de base
Grandeza de um subconjunto escolhido, por convenção, num dado sistema de grandezas, de modo que nenhuma grandeza do subconjunto possa ser expressa em função das outras.
NOTA 1: O subconjunto mencionado na definição é denominado “conjunto de grandezas de base”.
EXEMPLO: O conjunto de grandezas de base do Sistema Internacional de Grandezas (ISQ, sigla em inglês) é dado em 1.6.
NOTA 2: As grandezas de base são consideradas como mutuamente independentes, visto que uma grandeza de base não pode ser expressa por um produto de potências de outras grandezas de base.
NOTA 3: “Número de entidades” pode ser considerado como uma grandeza de base em qualquer sistema de grandezas.
1.5 (1.4)
grandeza derivada
derived quantity
grandeur dérivée
Grandeza, num sistema de grandezas, definida em função das grandezas de base desse sistema.

EXEMPLO: Num sistema de grandezas que tenha como grandezas de base comprimento e massa, a massa específica é uma grandeza derivada definida pelo quociente de uma massa por um volume (comprimento ao cubo).

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1.6
Sistema Internacional de Grandezas
ISQ
International System of Quantities ; ISQ
Système international de grandeurs ; ISQ

Sistema de grandezas baseado nas sete grandezas de base: comprimento, massa, tempo, corrente elétrica, temperatura termodinâmica, quantidade de matéria e intensidade luminosa.
NOTA 1: Este sistema de grandezas está publicado nas séries ISO 80000 e IEC 80000 Quantities and units.
NOTA 2: O Sistema Internacional de Unidades (SI) (ver 1.16) é baseado no ISQ.
1.7 (1.5)
dimensão de uma grandeza
dimensão ; dimensional de uma grandeza
quantity dimension ; dimension of a quantity ; dimension
dimension ; dimension d’une grandeur
Expressão da dependência de uma grandeza em relação às grandezas de base de um sistema de grandezas, na forma de um produto de potências de fatores correspondentes às grandezas de base, omitindo-se qualquer fator numérico.
EXEMPLO 1: No ISQ, a dimensão da força é representada por dim F = LMT -2.
EXEMPLO 2: No mesmo sistema de grandezas, dim ρB = ML-3 é a dimensão da concentração em massa do componente B, e ML-3 é também a dimensão da massa específica, ρ.
EXEMPLO 3: O período T de um pêndulo de comprimento l em um lugar com a aceleração da gravidade local g é

NOTA 1: Uma potência de um fator é o fator elevado a um expoente. Cada fator é a dimensão de uma grandeza de base.
NOTA 2: Por convenção, a representação simbólica da dimensão de uma grandeza de base é uma letra maiúscula única em caracter romano (na vertical), tipo sans-serif. Por convenção, a representação simbólica da dimensão de uma grandeza derivada é o produto de potências das dimensões das grandezas de base conforme a definição da grandeza derivada. A dimensão de uma grandeza Q é representada por dim Q.
NOTA 3: Para estabelecer a dimensão de uma grandeza não se leva em conta o seu caráter escalar, vetorial ou tensorial.
NOTA 4: Em um dado sistema de grandezas,

  • grandezas do mesmo tipo têm a mesma dimensão,
  • grandezas de diferentes dimensões são sempre de tipos diferentes e
  • grandezas que têm a mesma dimensão não são necessariamente do mesmo tipo.
    NOTA 5: No ISQ, os símbolos correspondentes às dimensões das grandezas de base são:
Vocabulário Internacional de Metrologia – (VIM)

A dimensão de uma grandeza Q é representada por dim Q = Lα Mβ Tγ Iδ Θε Nξ Jη onde os expoentes, denominados expoentes dimensionais, são positivos, negativos ou nulos.

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1.8 (1.6)
grandeza adimensional
grandeza de dimensão um ; grandeza sem dimensão
quantity of dimension one ; dimensionless quantity
grandeur sans dimension ; grandeur de dimension un
Grandeza para a qual todos os expoentes dos fatores correspondentes às grandezas de base, na sua dimensão, são nulos.
NOTA 1: Os termos “grandeza adimensional” e “grandeza sem dimensão” são comumente utilizados em português. Isto provém do fato de que todos os expoentes são zero na representação simbólica da dimensão de tais grandezas. O termo “grandeza de dimensão um” reflete a convenção que a representação simbólica da dimensão de tais grandezas é o símbolo 1 (ver ISO 31-0 1992, 2.2.6).
NOTA 2: As unidades de medida e os valores de grandezas adimensionais são números, mas tais grandezas portam mais informação do que um simples número.
NOTA 3: Algumas grandezas adimensionais são definidas como razões entre duas grandezas do mesmo tipo.
EXEMPLOS: Ângulo plano, ângulo sólido, índice de refração, permeabilidade relativa, fração mássica, coeficiente de atrito, número de Mach.
NOTA 4: Números de entidades são grandezas adimensionais.
EXEMPLOS: Número de voltas em uma bobina, número de moléculas em uma dada amostra, degeneração de níveis de energia de um sistema quântico.

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1.9 (1.7)
unidade de medida
unidade
measurement unit ; unit of measurement ; unit
unité de mesure ; unité
Grandeza escalar real, definida e adotada por convenção, com a qual outras grandezas do mesmo tipo podem ser comparadas para expressar, na forma de um número, a razão entre duas grandezas.
NOTA 1: As unidades de medida são designadas por nomes e símbolos atribuídos por convenção.
NOTA 2: As unidades de medida das grandezas de mesma dimensão podem ser designadas pelos mesmos nome e símbolo, ainda que as grandezas não sejam do mesmo tipo. Por exemplo, joule por kelvin e J/K são, respectivamente, o nome e o símbolo das unidades de medida de capacidade calorífica e de entropia, que geralmente não são consideradas como grandezas de mesmo tipo.

Contudo, em alguns casos, nomes especiais de unidades de medida são utilizados exclusivamente para grandezas de um tipo específico. Por exemplo, a unidade de medida “segundo elevado a menos um” (1/s) é chamada hertz (Hz) quando utilizada para freqüências, e becquerel (Bq) quando utilizada para atividades de radionuclídeos.
NOTA 3: As unidades de medida de grandezas adimensionais são números. Em alguns casos, são dados nomes especiais a estas unidades de medida, por exemplo, radiano, esterradiano e decibel, ou são expressos por quocientes tais como milimol por mol, que é igual a 10-3, e micrograma por quilograma, que é igual a 10-9.
NOTA 4: Para uma dada grandeza, o termo “unidade” é freqüentemente combinado com o nome da grandeza como, por exemplo, “unidade de massa”.
1.10 (1.13)
unidade de base
base unit
unité de base
Unidade de medida que é adotada por convenção para uma grandeza de base.
NOTA 1: Em cada sistema coerente de unidades, há apenas uma unidade de base para cada grandeza de base.
EXEMPLO: No SI, o metro é a unidade de base de comprimento. Nos sistemas CGS, o centímetro é a unidade de base de comprimento.
NOTA 2: Uma unidade de base pode também servir para uma grandeza derivada de mesma dimensão.
EXEMPLO: A precipitação pluvial, quando definida em volume por área, tem o metro como uma unidade derivada coerente no SI.
NOTA 3: Para um número de entidades, o número um, símbolo 1, pode ser considerado como uma unidade de base em qualquer sistema de unidades.

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1.11 (1.14)
unidade derivada
derived unit
unité dérivée
Unidade de medida de uma grandeza derivada.
EXEMPLOS: O metro por segundo, símbolo m/s, e o centímetro por segundo, símbolo cm/s, são unidades derivadas de velocidade no SI. O quilômetro por hora, símbolo km/h, é uma unidade de medida de velocidade fora do SI, porém aceita para uso com o SI. O nó, igual a uma milha náutica por hora, é uma unidade de medida de velocidade fora do SI.
1.12 (1.10)
unidade derivada coerente
coherent derived unit
unité dérivée cohérente
Unidade derivada que, para um dado sistema de grandezas e para um conjunto escolhido de unidades de base, é um produto de potências de unidades de base, sem outro fator de proporcionalidade além do número um.
NOTA 1: Uma potência de uma unidade de base é a unidade de base elevada a um expoente.
NOTA 2: A coerência só pode ser determinada com respeito a um sistema de grandezas particular e a um dado conjunto de unidades de base.

EXEMPLOS: Se o metro, o segundo e o mol são unidades de base, o metro por segundo é a unidade derivada coerente da velocidade quando a velocidade é definida pela equação das grandezas v = dr/dt, e o mol por metro cúbico é a unidade derivada coerente da concentração em quantidade de matéria quando a concentração em quantidade de matéria é definida pela equação das grandezas c = n / V. O quilômetro por hora e o nó, dados como exemplos de unidades derivadas em 1.11, não são unidades derivadas coerentes neste sistema de grandezas.
NOTA 3: Uma unidade derivada pode ser coerente com respeito a um sistema de grandezas, mas não a um outro.
EXEMPLO: O centímetro por segundo é a unidade derivada coerente da velocidade em um sistema de unidades CGS, mas não é uma unidade derivada coerente no SI.
NOTA 4: A unidade derivada coerente para toda grandeza adimensional derivada num dado sistema de unidades é o número um, símbolo 1. O nome e o símbolo da unidade de medida um geralmente são omitidos.

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1.13 (1.9)
sistema de unidades
system of units
système d’unités
Conjunto de unidades de base e de unidades derivadas, juntamente com os seus múltiplos e submúltiplos, definidos de acordo com regras dadas, para um dado sistema de grandezas.
1.14 (1.11)
sistema coerente de unidades
coherent system of units
système cohérent d’unités
Sistema de unidades, baseado num dado sistema de grandezas, em que a unidade de medida para cada grandeza derivada é uma unidade derivada coerente.
EXEMPLO: Conjunto de unidades SI coerentes e as relações entre elas.
NOTA 1: Um sistema de unidades pode ser coerente somente com respeito a um sistema de grandezas e às unidades de base adotadas.
NOTA 2: Para um sistema coerente de unidades, as equações de valores numéricos têm a mesma forma, incluindo os fatores numéricos, das equações das grandezas correspondentes.

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1.15 (1.15)
unidade de medida fora do sistema
unidade fora do sistema
off-system measurement unit ; off-system unit
unité hors système
Unidade de medida que não pertence a um dado sistema de unidades.
EXEMPLO 1: O elétron-volt (cerca de 1,602 18 x 10-19 J) é uma unidade de medida de energia fora do sistema com respeito ao SI.
EXEMPLO 2: O dia, a hora e o minuto são unidades de medida de tempo fora do sistema com respeito ao SI.

1.16 (1.12)
Sistema Internacional de Unidades
SI
International System of Units ; SI
Système international d’unités ; SI
Sistema de unidades, baseado no Sistema Internacional de Grandezas, incluindo os nomes e os símbolos das unidades e uma série de prefixos com seus nomes e símbolos, em conjunto com regras de utilização, adotado pela Conferência Geral de Pesos e Medidas (CGPM).
NOTA 1: O SI é baseado nas sete grandezas de base do ISQ. Os nomes e os símbolos das unidades de base estão contidos na tabela abaixo.

Vocabulário Internacional de Metrologia – (VIM)

NOTA 2: As unidades de base e as unidades derivadas coerentes do SI formam um conjunto coerente, denominado “conjunto de unidades SI coerentes”.
NOTA 3: Para uma descrição e uma explicação completas do Sistema Internacional de Unidades, ver a edição corrente do documento do SI publicado pelo Bureau International des Poids et Mesures (BIPM), disponível na página da internet do BIPM.
NOTA 4: Quando do cálculo das grandezas, a grandeza “número de entidades” é freqüentemente considerada uma grandeza de base com a unidade de base igual a um, símbolo 1.
NOTA 5: Os prefixos SI para os múltiplos e submúltiplos das unidades são:

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1.17 (1.16)
múltiplo de uma unidade
multiple of a unit
multiple d’une unité
Unidade de medida obtida pela multiplicação de uma dada unidade de medida por um inteiro maior que um.
EXEMPLO 1: O quilômetro é um múltiplo decimal do metro.
EXEMPLO 2: A hora é um múltiplo não-decimal do segundo.
NOTA 1: Os prefixos do SI para múltiplos decimais das unidades de base e das unidades derivadas do SI são dados na Nota 5 de 1.16.
NOTA 2: Os prefixos do SI referem-se estritamente a potências de 10 e não devem ser utilizados para potências de 2. Por exemplo, 1 quilobit não deve ser utilizado para representar 1024 bits (210 bits), que é 1 kibibit.
Os prefixos para múltiplos binários são:

1.18 (1.17)
submúltiplo de uma unidade
submultiple of a unit
sous-multiple d’une unité
Unidade de medida obtida pela divisão de uma dada unidade de medida por um inteiro maior que um.
EXEMPLO 1: O milímetro é um submúltiplo decimal do metro.
EXEMPLO 2: Para um ângulo plano, o segundo é um submúltiplo não-decimal do minuto.
NOTA: Os prefixos do SI para submúltiplos decimais das unidades de base e das unidades derivadas do SI são dados na Nota 5 de 1.16.

1.19 (1.18)
valor de uma grandeza
valor
quantity value ; value of a quantity ; value
valeur d’une grandeur ; valeur
Conjunto, formado por um número e por uma referência, que constitui a expressão quantitativa de uma grandeza.
EXEMPLO 1: Comprimento de uma determinada haste: 5,34 m ou 534 cm
EXEMPLO 2: Massa de um determinado corpo: 0,152 kg ou 152 g
EXEMPLO 3: Curvatura de um determinado arco: 112 m-1
EXEMPLO 4: Temperatura Celsius de uma determinada amostra: -5 °C
EXEMPLO 5: Impedância elétrica de um determinado elemento de circuito a uma dada freqüência, onde j é a unidade imaginária: (7+3j) Ω
EXEMPLO 6: Índice de refração de uma determinada amostra de vidro: 1,32
EXEMPLO 7: Dureza Rockwell C de uma determinada amostra (carga de 150 kg): 43,5HRC(150 kg)
EXEMPLO 8: Fração mássica de cádmio numa determinada amostra de cobre: 3 μg/kg ou 3×10-9
EXEMPLO 9: Molalidade de Pb2+ numa determinada amostra de água: 1,76 μmol/kg
EXEMPLO 10: Concentração arbitrária em quantidade de matéria de lutropina numa determinada amostra de plasma (padrão internacional 80/552 da OMS): 5,0 Unidade Internacional/l

NOTA 1: De acordo com o tipo de referência, o valor de uma grandeza é

  • um produto de um número e uma unidade de medida (ver os EXEMPLOS 1, 2, 3, 4, 5, 8 e 9); a unidade um é geralmente omitida para as grandezas adimensionais (ver EXEMPLOS 6 e 8);
  • um número e uma referência a um procedimento de medição (ver EXEMPLO 7);
  • um número e um material de referência (ver EXEMPLO 10).
    NOTA 2: O número pode ser complexo (ver EXEMPLO 5).
    NOTA 3: O valor de uma grandeza pode ser representado por mais de uma forma (ver EXEMPLOS 1, 2 e 8).
    NOTA 4: No caso de grandezas vetoriais ou tensoriais, cada componente tem um valor.

EXEMPLO: Força atuante sobre uma determinada partícula, por exemplo, em coordenadas cartesianas (Fx; Fy; Fz) = (-31,5; 43,2;

17,0) N.
1.20 (1.21)
valor numérico
valor numérico de uma grandeza
numerical quantity value ; numerical value of a quantity ; numerical value valeur numérique ; valeur numérique d’une grandeur
Número, na expressão do valor de uma grandeza, diferente de qualquer número que sirva como referência.
NOTA 1: Para grandezas adimensionais, a referência é uma unidade de medida que é um número, e este número não é considerado como fazendo parte do valor numérico.

EXEMPLO: Para uma fração molar igual a 3 mmol/mol, o valor numérico é 3 e a unidade é mmol/mol. A unidade mmol/mol é numericamente igual a 0,001, mas este número 0,001 não faz parte do valor numérico, que permanece como 3.
NOTA 2: Para grandezas que têm uma unidade de medida (isto é, aquelas diferentes das grandezas ordinais), o valor numérico {Q} de uma grandeza Q é freqüentemente representado como {Q} = Q/[Q], onde [Q] representa a unidade de medida.
EXEMPLO: Para um valor de uma grandeza de 5,7 kg, o valor numérico é {m} = (5,7 kg)/kg = 5,7. O mesmo valor pode ser expresso como 5700 g, onde o valor numérico {m} = (5700 g)/g = 5700.

1.21
cálculo das grandezas
quantity calculus
algèbre des grandeurs
Conjunto de regras e operações matemáticas aplicadas a outras grandezas que não sejam as grandezas ordinais.
NOTA: No cálculo das grandezas, as equações das grandezas são preferidas em relação às equações de valores numéricos porque as equações das grandezas são independentes da escolha das unidades de medida, enquanto as equações de valores numéricos não o são (ver ISO 31- 0:1992, 2.2.2).

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1.22
equação das grandezas
quantity equation
équation aux grandeurs
Relação matemática entre as grandezas num dado sistema de grandezas, independentemente das unidades de medida.
EXEMPLO 1: Q1 = ζ Q2 Q3 onde Q1, Q2 e Q3 representam diferentes grandezas e onde ζ é um fator numérico.
EXEMPLO 2: T = (1/2) mv 2 onde T é a energia cinética e v é a velocidade de uma partícula específica de massa m.
EXEMPLO 3: n = It/F onde n é a quantidade de matéria de um composto univalente, I é a corrente elétrica, t a duração da eletrólise e F é a constante de Faraday.

1.23
equação das unidades
unit equation
équation aux unités
Relação matemática entre unidade de base, unidades derivadas coerentes ou outras unidades de medida.
EXEMPLO 1: Para as grandezas no EXEMPLO 1 do item 1.22, [Q1] = [Q2] [Q3] onde [Q1], [Q2] e [Q3] representam as unidades de medida de Q1, Q2 e Q3, respectivamente, na condição de que estas unidades de medida estejam num sistema coerente de unidades.
EXEMPLO 2: J := kg m2/s2, onde J, kg, m e s são, respectivamente, os símbolos do joule, do quilograma, do metro e do segundo. (O símbolo := significa “é por definição igual a”, como indicado nas séries ISO 80000 e IEC 80000.)
EXEMPLO 3: 1 km/h = (1/3,6) m/s.

1.24
fator de conversão entre unidades
conversion factor between units
facteur de conversion entre unités
Relação entre duas unidades de medida correspondentes a grandezas do mesmo tipo.
EXEMPLO: km/m = 1000 e, por conseqüência, 1 km = 1000 m.
NOTA: As unidades de medida podem pertencer a diferentes sistemas de unidades.
EXEMPLO 1: h/s = 3600 e, por conseqüência, 1 h = 3600 s.
EXEMPLO 2: (km/h)/(m/s) = (1/3,6) e, por conseqüência, 1 km/h = (1/3,6) m/s.

1.25
equação de valores numéricos
numerical value equation ; numerical quantity value equation
équation aux valeurs numériques
Relação matemática entre valores numéricos, baseada numa dada equação das grandezas e unidades de medida especificadas.
EXEMPLO 1: Para as grandezas no EXEMPLO 1 do item 1.22, {Q1} = ζ {Q2} {Q3} onde {Q1}, {Q2} e {Q3} representam os valores numéricos de Q1, Q2 e Q3, respectivamente, na condição de que sejam expressos em unidades de base ou em unidades derivadas coerentes ou em ambas.
EXEMPLO 2: Para a equação da energia cinética de uma partícula, T = (1/2) mv 2, se m = 2 kg e v = 3 m/s, então {T} = (1/2) x 2 x 32 é uma equação de valores numéricos, a qual fornece para T o valor numérico 9, em joules.
1.26
grandeza ordinal
ordinal quantity
grandeur ordinale ; grandeur repérable
Grandeza, definida por um procedimento de medição adotado por convenção, que pode ser classificada de acordo com outras grandezas do mesmo tipo, segundo a ordem crescente ou decrescente das suas expressões quantitativas, mas, para a qual não há qualquer relação algébrica entre estas grandezas.
EXEMPLO 1: Dureza Rockwell C.
EXEMPLO 2: Número de octanas de um combustível derivado do petróleo.
EXEMPLO 3: Magnitude de um terremoto na escala Richter.
EXEMPLO 4: Nível subjetivo de dor abdominal numa escala de zero a cinco.
NOTA 1: As grandezas ordinais somente podem aparecer em relações empíricas e não têm unidades de medida nem dimensão. Diferenças e razões entre grandezas ordinais não possuem significado físico.
NOTA 2: As grandezas ordinais são organizadas de acordo com as escalas ordinais (ver 1.28).
1.27
escala de valores
quantity-value scale ; measurement scale
échelle de valeurs ; échelle de mesure
Conjunto ordenado de valores de grandezas de um determinado tipo, utilizado para classificar, de acordo com a magnitude, as grandezas deste tipo.

EXEMPLO1: Escala de temperatura Celsius.
EXEMPLO 2: Escala de tempo.
EXEMPLO 3: Escala de dureza Rockwell C.
1.28 (1.22)
escala ordinal
ordinal quantity-value scale ; ordinal value scale
échelle ordinale ; échelle de repérage
Escala de valores para grandezas ordinais.
EXEMPLO 1: Escala de dureza Rockwell C.
EXEMPLO 2: Escala do número de octanas de um combustível derivado do petróleo.
NOTA: Uma escala ordinal pode ser estabelecida por medições, conforme um procedimento de medição.

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1.29
escala de referência convencional
conventional reference scale
échelle de référence conventionnelle
Escala de valores definida por um acordo formal.
1.30
propriedade qualitativa
nominal property
propriété qualitative ; attribut
Propriedade de um fenômeno, corpo ou substância, a qual não pode ser expressa quantitativamente.
EXEMPLO 1: Sexo de um ser humano.
EXEMPLO 2: Cor de uma amostra de tinta.
EXEMPLO 3: Cor de “spot test” em química.
EXEMPLO 4: Código ISO de país com duas letras.
EXEMPLO 5: Seqüência de aminoácidos em um polipeptídeo.
NOTA 1: Uma propriedade qualitativa tem um valor que pode ser expresso em palavras, por meio de códigos alfanuméricos ou por outros meios.
NOTA 2: O valor de uma propriedade qualitativa não deve ser confundido com o valor nominal de uma grandeza.

2 Medição
2.1 (2.1)
medição
measurement
mesurage ; mesure
Processo de obtenção experimental de um ou mais valores que podem ser, razoavelmente, atribuídos a uma grandeza.
NOTA 1: A medição não se aplica a propriedades qualitativas.
NOTA 2: A medição implica na comparação de grandezas e engloba contagem de entidades.
NOTA 3: A medição pressupõe uma descrição da grandeza que seja compatível com o uso pretendido de um resultado de medição, de um procedimento de medição e de um sistema de medição calibrado que opera de acordo com um procedimento de medição especificado, incluindo as condições de medição.

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2.2 (2.2)
metrologia
metrology
métrologie
Ciência da medição e suas aplicações.
NOTA: A metrologia engloba todos os aspectos teóricos e práticos da medição, qualquer que seja a incerteza de medição e o campo de aplicação.
2.3 (2.6)
mensurando
measurand
mesurande
Grandeza que se pretende medir.
NOTA 1: A especificação de um mensurando requer o conhecimento do tipo de grandeza, a descrição do fenômeno, do corpo ou da substância da qual a grandeza é uma propriedade, incluindo qualquer componente relevante e as entidades químicas envolvidas.
NOTA 2: Na 2a edição brasileira do VIM, o mensurando é definido como a “grandeza específica submetida à medição” e na IEC 60050-300:2001 é definido como a “grandeza submetida à medição”.
NOTA 3: A medição, incluindo o sistema de medição e as condições sob as quais ela é realizada, pode modificar o fenômeno, o corpo ou a substância, de modo que a grandeza que está sendo medida pode diferir do mensurando como ele foi definido. Neste caso, é necessária uma correção adequada.
EXEMPLO 1:
A diferença de potencial entre os terminais de uma bateria pode diminuir quando na realização da medição é utilizado um voltímetro com uma condutância interna significativa. A diferença de potencial em circuito aberto pode ser calculada a partir das resistências internas da bateria e do voltímetro.
EXEMPLO 2:
O comprimento de uma haste de aço em equilíbrio com a temperatura ambiente de 23°C será diferente do comprimento à temperatura especificada de 20°C. Neste caso, é necessária uma correção.
NOTA 4: Em química, “analito”, ou o nome de uma substância ou de um composto, são termos utilizados algumas vezes para “mensurando”. Tal uso é incorreto porque esses termos não se referem a grandezas.

2.4 (2.3)
princípio de medição
measurement principle ; principle of measurement
principe de mesure
Fenômeno que serve como base para uma medição.
EXEMPLO 1:
Efeito termoelétrico aplicado à medição de temperatura.
EXEMPLO 2:
Absorção de energia aplicada à medição da concentração em quantidade de matéria.
EXEMPLO 3:
Redução da concentração de glicose no sangue de um coelho em jejum aplicada à medição da concentração de insulina em uma preparação.
NOTA: O fenômeno pode ser de natureza física, química ou biológica.

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2.5 (2.4)
método de medição
measurement method ; method of measurenment
méthode de mesure
Descrição genérica da organização lógica de operações adotadas na realização de uma medição.
NOTA: Métodos de medição podem ser qualificados de vários modos, como:

  • método de medição por substituição;
  • método de medição diferencial, e
  • método de medição “de zero”;
    ou
  • método de medição direto, e
  • método de medição indireto.
    Ver IEC 60050-300:2001.
    2.6 (2.5)
    procedimento de medição
    measurement procedure
    procédure de mesure ; procédure opératoire
    Descrição detalhada de uma medição de acordo com um ou mais princípios de medição e com um dado método de medição, baseada em um modelo de medição e incluindo todo cálculo destinado à obtenção de um resultado de medição.
    NOTA 1: Um procedimento de medição é geralmente documentado em detalhes suficientes para permitir que um operador realize uma medição.
    NOTA 2: Um procedimento de medição pode incluir uma declaração referente à incerteza-alvo.
    NOTA 3: Um procedimento de medição é algumas vezes chamado em inglês standard operating procedure, abreviado como SOP. O termo adotado em português é “procedimento operacional padrão”, abreviado como POP.

2.7
procedimento de medição de referência
reference measurement procedure
procédure de mesure de référence ; procédure opératoire de référence
Procedimento de medição considerado capaz de fornecer resultados de medição adequados para a avaliação da veracidade de valores medidos obtidos a partir de outros procedimentos de medição para grandezas de mesmo tipo e adotado em calibração ou em caracterização de materiais de referência.

2.8
procedimento de medição primário
procedimento de referência primário
procedimento de medição de referência primário
primary reference measurement procedure ; primary reference procedure
procédure de mesure primaire ; procédure opératoire primaire
Procedimento de medição de referência utilizado para obter um resultado de medição sem relação com um padrão de uma grandeza de mesmo tipo.
EXEMPLO: O volume de água de uma pipeta de 5 ml a 20 °C é medido através da pesagem da água vertida da pipeta em um béquer, levando-se em conta a massa total do béquer e da água menos a massa do béquer vazio, corrigindo-se a diferença de massa para a temperatura real da água, por intermédio da massa específica.
NOTA 1: O Comitê Consultivo de Quantidade de Matéria – Metrologia em Química (CCQM) utiliza para este conceito o termo “método de medição primário”.
NOTA 2: O CCQM (5ª Reunião de 1999) [43] definiu dois conceitos subordinados, que podem ser denominados “procedimento de medição primário direto” e “procedimento de medição primário de razão”.

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2.9 (3.1)
resultado de medição
measurement result ; result of measurement
résultat de mesure ; résultat d’un mesurage
Conjunto de valores atribuídos a um mensurando, completado por todas as outras informações pertinentes disponíveis.
NOTA 1: Um resultado de medição geralmente contém “informação pertinente” sobre o conjunto de valores, alguns dos quais podem ser mais representativos do mensurando do que outros. Isto pode ser expresso na forma de uma função de densidade de probabilidade (FDP).
NOTA 2: Um resultado de medição é geralmente expresso por um único valor medido e uma incerteza de medição. Caso a incerteza de medição seja considerada desprezível para alguma finalidade, o resultado de medição pode ser expresso como um único valor medido. Em muitas áreas, esta é a maneira mais comum de expressar um resultado de medição.
NOTA 3: Na literatura tradicional e na edição brasileira anterior do VIM, o resultado de medição era definido como um valor atribuído a um mensurando obtido por medição, que poderia ser representado por uma indicação, ou um resultado não corrigido, ou um resultado corrigido, de acordo com o contexto.
2.10
valor medido
measured quantity value ; measured value of a quantity ; measured value
valeur mesurée
Valor de uma grandeza que representa um resultado de medição.
NOTA 1: Para uma medição envolvendo indicações repetidas, cada indicação pode ser utilizada para fornecer um valor medido correspondente. Este conjunto de valores medidos individuais pode ser utilizado para calcular um valor medido resultante, como uma média ou uma mediana, geralmente com uma menor incerteza de medição associada.
NOTA 2: Quando a amplitude de valores verdadeiros tidos como representativos do mensurando é pequena em relação à incerteza de medição, um valor medido pode ser considerado uma estimativa de um valor verdadeiro essencialmente único, sendo freqüentemente uma média ou uma mediana de valores medidos individuais, obtidos através de medições repetidas.
NOTA 3: Nos casos em que a amplitude dos valores verdadeiros, tidos como representativos do mensurando, não é pequena em relação à incerteza de medição, um valor medido é freqüentemente uma estimativa de uma média ou de uma mediana do conjunto de valores verdadeiros.
NOTA 4: No GUM, os termos “resultado de medição” e “estimativa do valor do mensurando” ou apenas “estimativa do mensurando” são utilizados para “valor medido”.
2.11 (1.19)
valor verdadeiro
valor verdadeiro de uma grandeza
true quantity value ; true value of a quantity ; true value
valeur vraie ; valeur vraie d’une grandeur
Valor de uma grandeza compatível com a definição da grandeza.
NOTA 1: Na Abordagem de Erro para descrever as medições, o valor verdadeiro é considerado único e, na prática, desconhecido. A Abordagem de Incerteza consiste no reconhecimento de que, devido à quantidade intrinsecamente incompleta de detalhes na definição de uma grandeza, não existe um valor verdadeiro único, mas um conjunto de valores verdadeiros consistentes com a
definição. Entretanto, este conjunto de valores é, em princípio e na prática, desconhecido. Outras abordagens evitam completamente o conceito de valor verdadeiro e avaliam a validade dos resultados de medição com auxílio do conceito de compatibilidade metrológica.
NOTA 2: No caso particular de uma constante fundamental, considera-se que a grandeza tenha um valor verdadeiro único.
NOTA 3: Quando a incerteza definicional, associada ao mensurando, é considerada desprezível em comparação com os outros componentes da incerteza de medição, pode-se considerar que o mensurando possui um valor verdadeiro “essencialmente único”. Esta é a abordagem adotada pelo GUM e documentos associados, onde a palavra “verdadeiro” é considerada redundante.
2.12
valor convencional
valor convencional de uma grandeza
conventional quantity value ; conventional value of a quantity ; conventional value
valeur conventionnelle ; valeur conventionnelle d’une grandeur
Valor atribuído a uma grandeza por um acordo, para um dado propósito.
EXEMPLO 1:
Valor convencional da aceleração da gravidade, gn = 9,80665 m.s-2.
EXEMPLO 2:
Valor convencional da constante de Josephson, KJ-90 = 483597,9 GHz.V-1.
EXEMPLO 3:
Valor convencional de um dado padrão de massa, m = 100,00347 g.
NOTA 1: O termo “valor verdadeiro convencional” é algumas vezes utilizado para este conceito, porém seu uso é desaconselhado.
NOTA 2: Um valor convencional é algumas vezes uma estimativa de um valor verdadeiro.
NOTA 3: Geralmente considera-se que um valor convencional está associado a uma incerteza de medição convenientemente baixa, que pode ser nula.

2.13 (3.5)
exatidão de medição
exatidão
measurement accuracy ; accuracy of measurement ; accuracy
exactitude de mesure ; exactitude
Grau de concordância entre um valor medido e um valor verdadeiro de um mensurando.
NOTA 1: A “exatidão de medição” não é uma grandeza e não lhe é atribuído um valor numérico. Uma medição é dita mais exata quando é caracterizada por um erro de medição menor.
NOTA 2: O termo “exatidão de medição” não deve ser utilizado no lugar de veracidade, assim como o termo precisão de medição não deve ser utilizado para expressar “exatidão de medição”, o qual, entretanto, está relacionado a ambos os conceitos.
NOTA 3: A “exatidão de medição” é algumas vezes entendida como o grau de concordância entre valores medidos que são atribuídos ao mensurando.
2.14
veracidade
veracidade de medição
measurement trueness ; trueness of measurement ; trueness
justesse de mesure ; justesse
Grau de concordância entre a média de um número infinito de valores medidos repetidos e um valor de referência.
NOTA 1: A veracidade não é uma grandeza e, portanto, não pode ser expressa numericamente. Porém, a norma ISO 5725 apresenta medidas para o grau de concordância.
NOTA 2: A veracidade está inversamente relacionada ao erro sistemático, porém não está relacionada ao erro aleatório.
NOTA 3: Não se deve utilizar o termo exatidão de medição no lugar de “veracidade” e vice-versa.

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2.15
precisão de medição
precisão
measurement precision ; precision
fidélité de mesure ; fidélité
Grau de concordância entre indicações ou valores medidos, obtidos por medições repetidas, no mesmo objeto ou em objetos similares, sob condições especificadas.
NOTA 1: A precisão de medição é geralmente expressa na forma numérica por meio de medidas de dispersão como o desvio-padrão, a variância ou o coeficiente de variação, sob condições de medição especificadas.
NOTA 2: As “condições especificadas” podem ser, por exemplo, condições de repetitividade, condições de precisão intermediária ou condições de reprodutibilidade (ver ISO 5725–3: 1994).
NOTA 3: A precisão de medição é utilizada para definir a repetitividade de medição, a precisão intermediária de medição e a reprodutibilidade de medição.
NOTA 4: O termo “precisão de medição” é algumas vezes utilizado, erroneamente, para designar a exatidão de medição.

2.16 (3.10)
erro de medição
erro
measurement error ; error of measurement ; error
erreur de mesure ; erreur
Diferença entre o valor medido de uma grandeza e um valor de referência.
NOTA 1: O conceito de “erro de medição” pode ser utilizado:
a) quando existe um único valor de referência, o que ocorre se uma calibração for realizada por meio de um padrão com um valor medido cuja incerteza de medição é desprezível, ou se um valor convencional for fornecido. Nestes casos, o erro de medição é conhecido.
b) caso se suponha que um mensurando é representado por um único valor verdadeiro ou um conjunto de valores verdadeiros de amplitude desprezível. Neste caso, o erro de medição é desconhecido.
NOTA 2: Não se deve confundir erro de medição com erro de produção ou erro humano.


2.17 (3.14)
erro sistemático
systematic measurement error ; systematic error of measurement ; systematic error
erreur systématique
Componente do erro de medição que, em medições repetidas, permanece constante ou varia de maneira previsível.
NOTA 1: Um valor de referência para um erro sistemático é um valor verdadeiro, ou um valor medido de um padrão com incerteza de medição desprezível, ou um valor convencional.
NOTA 2: O erro sistemático e suas causas podem ser conhecidos ou desconhecidos. Pode-se aplicar uma correção para compensar um erro sistemático conhecido.
NOTA 3: O erro sistemático é igual à diferença entre o erro de medição e o erro aleatório.

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2.18
tendência
measurement bias ; bias
biais de mesure ; biais ; erreur de justesse
Estimativa de um erro sistemático.
2.19 (3.13)
erro aleatório
random measurement error ; random error of measurement ; random error
erreur aléatoire
Componente do erro de medição que, em medições repetidas, varia de maneira imprevisível.
NOTA 1: O valor de referência para um erro aleatório é a média que resultaria de um número infinito de medições repetidas do mesmo mensurando.
NOTA 2: Os erros aleatórios de um conjunto de medições repetidas formam uma distribuição que pode ser resumida por sua esperança matemática ou valor esperado, o qual é geralmente assumido como sendo zero, e por sua variância.
NOTA 3: O erro aleatório é igual à diferença entre o erro de medição e o erro sistemático

2.20 (3.6, NOTAS 1 e 2)
condição de repetitividade
repeatability condition of measurement ; repeatability condition
condition de répétabilité
Condição de medição num conjunto de condições, as quais compreendem o mesmo procedimento de medição, os mesmos operadores, o mesmo sistema de medição, as mesmas condições de operação e o mesmo local, assim como medições repetidas no mesmo objeto ou em objetos similares durante um curto período de tempo.
NOTA 1: Uma condição de medição é uma condição de repetitividade apenas com respeito a um conjunto especificado de condições de repetitividade.

NOTA 2: Em química, o termo “condição de precisão intra-serial” é algumas vezes utilizado para designar este conceito.
2.21 (3.6)
repetitividade de medição
repetitividade
measurement repeatability ; repeatability
répétabilité de mesure ; répétabilité
Precisão de medição sob um conjunto de condições de repetitividade.
2.22
condição de precisão intermediária
intermediate precision condition of measurement ; intermediate precision condition; condition de fidélité intermédiaire


Condição de medição num conjunto de condições, as quais compreendem o mesmo procedimento de medição, o mesmo local e medições repetidas no mesmo objeto ou em objetos similares, ao longo de um período extenso de tempo, mas pode incluir outras condições que envolvam mudanças.
NOTA 1: As condições que podem variar compreendem novas calibrações, padrões, operadores e sistemas de medição.
NOTA 2: É conveniente que uma especificação referente às condições contenha, na medida do possível, as condições que mudaram e aquelas que não.
NOTA 3: Em química, o termo “condição de precisão inter-serial” é algumas vezes utilizado para designar este conceito.
2.23
precisão intermediária de medição
precisão intermediária
intermediate measurement precision ; intermediate precision
fidélité intermédiaire de mesure ; fidélité intermédiaire
Precisão de medição sob um conjunto de condições de precisão intermediária.
NOTA: Os termos estatísticos pertinentes são apresentados na ISO 5725-3: 1994.
2.24 (3.7, Nota 2)
condição de reprodutibilidade
reproducibility condition of measurement ; reproducibility condition
condition de reproductibilité
Condição de medição num conjunto de condições, as quais compreendem diferentes locais, diferentes operadores, diferentes sistemas de medição e medições repetidas no mesmo objeto ou em objetos similares.
NOTA 1: Os diferentes sistemas de medição podem utilizar procedimentos de medição diferentes.

NOTA 2: Na medida do possível, é conveniente que sejam especificadas as condições que mudaram e aquelas que não.
2.25 (3.7)
reprodutibilidade de medição
reprodutibilidade
measurement reproducibility ; reproducibility
reproductibilité de mesure ; reproductibilité
Precisão de medição sob um conjunto de condições de reprodutibilidade.
NOTA: Os termos estatísticos pertinentes são apresentados na ISO 5725-1:1994 e na ISO 5725-
2:1994.
2.26 (3.9)
incerteza de medição
incerteza
measurement uncertainty ; uncertainty measurement ; uncertainty
incertitude de mesure ; incertitude
Parâmetro não negativo que caracteriza a dispersão dos valores atribuídos a um mensurando, com base nas informações utilizadas.
NOTA 1: A incerteza de medição compreende componentes provenientes de efeitos sistemáticos, tais como componentes associadas a correções e valores designados a padrões, assim como a incerteza definicional. Algumas vezes não são corrigidos os efeitos sistemáticos estimados; em vez disso são incorporadas componentes de incerteza associadas.
NOTA 2: O parâmetro pode ser, por exemplo, um desvio-padrão denominado incerteza de medição padrão (ou um de seus múltiplos) ou a metade de um intervalo tendo uma probabilidade de abrangência determinada.
NOTA 3: A incerteza de medição geralmente engloba muitas componentes. Algumas delas podem ser estimadas por uma avaliação do Tipo A da incerteza de medição, a partir da distribuição estatística dos valores provenientes de séries de medições e podem ser caracterizadas por desvios-padrão. As outras componentes, as quais podem ser estimadas por uma avaliação do Tipo B da incerteza de medição, podem também ser caracterizadas por desvios-padrão estimados a partir de funções de
densidade de probabilidade baseadas na experiência ou em outras informações.
NOTA 4: Geralmente para um dado conjunto de informações, subentende-se que a incerteza de medição está associada a um determinado valor atribuído ao mensurando. Uma modificação deste valor resulta numa modificação da incerteza associada.
2.27
incerteza definicional
definitional uncertainty
incertitude définitionnelle
Componente da incerteza de medição que resulta da quantidade finita de detalhes na definição de um mensurando.
NOTA 1: A incerteza definicional é a incerteza mínima que se pode obter, na prática, em qualquer medição de um dado mensurando.
NOTA 2: Qualquer modificação nos detalhes descritivos conduz a uma outra incerteza definicional.
NOTA 3: No Guia ISO/IEC 98-3:2008, D.3.4, e na IEC 60359 o conceito “incerteza definicional” é denominado “incerteza intrínseca”.

2.28
avaliação do Tipo A da incerteza de medição
avaliação do Tipo A
Type A evaluation of measurement uncertainty ; Type A evaluation
évaluation de type A de l’incertitude ; évaluation de type A
Avaliação de uma componente da incerteza de medição por uma análise estatística dos valores medidos, obtidos sob condições de medição definidas.
NOTA 1: Para diversos tipos de condições de medição, ver condição de repetitividade, condição de precisão intermediária e condição de reprodutibilidade.
NOTA 2: Ver, por exemplo, o Guia ISO/IEC 98-3 para informações sobre análise estatística.
NOTA 3: Ver também o Guia ISO/IEC 98-3:2008, 2.3.2, a ISO 5725, a ISO 13528, a ISO/TS 21748 e a ISO 21749.

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2.29
avaliação do Tipo B da incerteza de medição
avaliação do Tipo B
Type B evaluation of measurement uncertainty ; Type B evaluation
évaluation de type B de l’incertitude ; évaluation de type B
Avaliação de uma componente da incerteza de medição determinada por meios diferentes daquele adotado para a avaliação do Tipo A da incerteza de medição.
EXEMPLOS:
Avaliação baseada na informação
-associada a valores publicados por autoridade competente,
-associada ao valor de um material de referência certificado,
-obtida de um certificado de calibração,
-relativa à deriva,
-obtida da classe de exatidão de um instrumento de medição verificado,
-obtida a partir de limites baseados na experiência pessoal.
NOTA: Ver também o Guia ISO/IEC 98-3: 2008, 2.3.3.
2.30
incerteza-padrão
standard measurement uncertainty ; standard uncertainty of measurement ; standard uncertainty
incertitude-type
Incerteza de medição expressa na forma de um desvio-padrão.
2.31
incerteza-padrão combinada
combined standard measurement uncertainty ; combined standard uncertainty
incertitude-type composée
Incerteza-padrão obtida ao se utilizarem incertezas-padrão individuais associadas às grandezas de entrada em um modelo de medição.

NOTA: Em caso de correlações entre grandezas de entrada em um modelo de medição, as covariâncias também devem ser levadas em consideração no cálculo da incerteza-padrão combinada; ver também o Guia ISO/IEC 98-3: 2008, 2.3.4.

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2.32
incerteza-padrão relativa
relative standard measurement uncertainty
incertitude-type relative
Incerteza-padrão dividida pelo valor absoluto do valor medido.
2.33
balanço de incerteza
uncertainty budget
bilan d’incertitude
Formulação de uma incerteza de medição e das componentes dessa incerteza, assim como de seu
cálculo e combinação.
NOTA: Convém que num balanço de incerteza sejam incluídos o modelo de medição, as estimativas e incertezas de medição associadas às grandezas consideradas no modelo de medição, as covariâncias, os tipos de funções de densidade de probabilidade, os graus de liberdade, o tipo de avaliação da incerteza de medição e qualquer fator de abrangência.
2.34
incerteza-alvo
incerteza de medição pretendida
target measurement uncertainty ; target uncertainty
incertitude cible ; incertitude anticipée
Incerteza de medição especificada como um limite superior e escolhida de acordo com o uso pretendido dos resultados de medição.
2.35
incerteza de medição expandida
incerteza expandida
expanded measurement uncertainty ; expanded uncertainty
incertitude élargie
Produto de uma incerteza-padrão combinada por um fator maior do que o número um.
NOTA 1: O fator depende do tipo de distribuição de probabilidade da grandeza de saída e da probabilidade de abrangência escolhida.
NOTA 2: O termo “fator” nesta definição se refere ao fator de abrangência.
NOTA 3: A incerteza de medição expandida é chamada de “incerteza global” no parágrafo 5 da Recomendação INC-1 (1980) (ver o GUM) e simplesmente “incerteza” nos documentos IEC.
2.36
intervalo de abrangência
coverage interval
intervalle élargi
Intervalo, baseado na informação disponível, que contém o conjunto de valores verdadeiros de um mensurando com uma probabilidade determinada.
NOTA 1: Um intervalo de abrangência não está necessariamente centrado no valor medido escolhido (ver o Guia ISO/IEC 98-3:2008/Supl.1).
NOTA 2: Não é recomendável que um intervalo de abrangência seja denominado “intervalo de confiança” para evitar confusão com o conceito estatístico (ver o Guia ISO/IEC 98-3:2008, 6.2.2).

NOTA 3: Um intervalo de abrangência pode ser derivado de uma incerteza de medição expandida
(ver o Guia ISO/IEC 98-3:2008, 2.3.5).
2.37
probabilidade de abrangência
coverage probability
probabilité de couverture
Probabilidade de que o conjunto de valores verdadeiros de um mensurando esteja contido num intervalo de abrangência especificado.
NOTA 1: Esta definição se refere à Abordagem de Incerteza como apresentado no GUM.
NOTA 2: A probabilidade de abrangência é também chamada de “nível da confiança” no GUM.
2.38
fator de abrangência
coverage factor
facteur d’élargissement
Número maior do que um pelo qual uma incerteza-padrão combinada é multiplicada para se obter uma incerteza de medição expandida.
NOTA: Um fator de abrangência é geralmente simbolizado por k (ver também o Guia ISO/IEC 98- 3:2008, 2.3.6).

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2.39 (6.11)
calibração
calibration
étalonnage
Operação que estabelece, numa primeira etapa e sob condições especificadas, uma relação entre os valores e as incertezas de medição fornecidos por padrões e as indicações correspondentes com as incertezas associadas; numa segunda etapa, utiliza esta informação para estabelecer uma relação visando a obtenção de um resultado de medição a partir de uma indicação.
NOTA 1: Uma calibração pode ser expressa por meio de uma declaração, uma função de calibração, um diagrama de calibração, uma curva de calibração ou uma tabela de calibração. Em alguns casos, pode consistir de uma correção aditiva ou multiplicativa da indicação com uma incerteza de medição associada.
NOTA 2: Convém não confundir a calibração com o ajuste de um sistema de medição, freqüentemente denominado de maneira imprópria de “auto-calibração”, nem com a verificação da calibração.
NOTA 3: Freqüentemente, apenas a primeira etapa na definição acima é entendida como sendo calibração.
2.40
hierarquia de calibração
calibration hierarchy
hiérarchie d’étalonnage
Seqüência de calibrações desde uma referência até o sistema de medição final, em que o resultado de cada calibração depende do resultado da calibração precedente.
NOTA 1: A incerteza de medição necessariamente aumenta ao longo da seqüência de calibrações.
NOTA 2: Os elementos de uma hierarquia de calibração são um ou mais padrões e sistemas de medição operados de acordo com um procedimento de medição.

NOTA 3: Para esta definição, a “referência” pode ser uma definição de uma unidade de medida por
meio de sua realização prática, um procedimento de medição, ou um padrão.
NOTA 4: Uma comparação entre dois padrões pode ser considerada como uma calibração se ela for utilizada para verificar e, se necessário, corrigir o valor e a incerteza de medição atribuídos a um dos padrões.

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2.41 (6.10)
rastreabilidade metrológica
rastreabilidade
metrological traceability
traçabilité métrologique
Propriedade de um resultado de medição pela qual tal resultado pode ser relacionado a uma referência através de uma cadeia ininterrupta e documentada de calibrações, cada uma contribuindo para a incerteza de medição.
NOTA 1: Para esta definição, a “referência” pode ser uma definição de uma unidade de medida por meio de sua realização prática, ou um procedimento de medição que engloba a unidade de medida para uma grandeza não ordinal, ou um padrão.
NOTA 2: A rastreabilidade metrológica requer uma hierarquia de calibração estabelecida.
NOTA 3: A especificação da referência deve compreender a data em que ela foi utilizada no estabelecimento da hierarquia de calibração, juntamente com qualquer outra informação metrológica relevante sobre a referência, tal como a data na qual foi realizada a primeira calibração da hierarquia de calibração.
NOTA 4: Para medições com mais de uma grandeza de entrada no modelo de medição, cada valor de entrada deve ter sua própria rastreabilidade e a hierarquia de calibração envolvida pode formar uma estrutura ramificada ou uma rede. O esforço envolvido no estabelecimento da rastreabilidade metrológica para cada valor da grandeza de entrada deve ser proporcional à sua contribuição relativa para o resultado de medição.
NOTA 5: A rastreabilidade metrológica de um resultado de medição não assegura que a incerteza de medição seja adequada para um dado objetivo ou que exista uma ausência de erros.
NOTA 6: Uma comparação entre dois padrões pode ser considerada como uma calibração se ela for utilizada para verificar e, se necessário, corrigir o valor e a incerteza de medição atribuídos a um dos padrões.
NOTA 7: O ILAC considera que os elementos necessários para confirmar a rastreabilidade metrológica são uma cadeia de rastreabilidade ininterrupta a um padrão internacional ou a um padrão nacional, uma incerteza de medição documentada, um procedimento de medição documentado, uma competência técnica reconhecida, a rastreabilidade metrológica ao SI e os
intervalos entre calibrações (ver ILAC P-10:2002).
NOTA 8: O termo abreviado “rastreabilidade” é, às vezes, utilizado com o significado de “rastreabilidade metrológica”, assim como de outros conceitos, tais como “rastreabilidade de uma amostra, de um documento, de um instrumento ou de um material”, em que o histórico de um item é importante. Portanto, é preferível utilizar o termo completo “rastreabilidade metrológica” para evitar quaisquer dúvidas.

2.42
cadeia de rastreabilidade
cadeia de rastreabilidade metrológica
metrological traceability chain ; traceability chain
chaîne de traçabilité métrologique ; chaîne de traçabilité
Seqüência de padrões e calibrações utilizada para relacionar um resultado de medição a uma referência.
NOTA 1: Uma cadeia de rastreabilidade é definida através de uma hierarquia de calibração.
NOTA 2: Uma cadeia de rastreabilidade é utilizada para estabelecer a rastreabilidade metrológica de um resultado de medição.
NOTA 3: Uma comparação entre dois padrões pode ser considerada como uma calibração se ela for utilizada para verificar e, se necessário, corrigir o valor e a incerteza de medição atribuídos a um dos padrões.
2.43
rastreabilidade metrológica a uma unidade de medida
rastreabilidade metrológica a uma unidade
rastreabilidade a uma unidade de medida
metrological traceability to a measurement unit ; metrological traceability to a unit traçabilité métrologique à une unité de mesure ; traçabilité métrologique à une unité Rastreabilidade metrológica em que a referência é a definição de uma unidade de medida através da sua realização prática.
NOTA: A expressão “rastreabilidade ao SI” significa “rastreabilidade metrológica a uma unidade de medida do Sistema Internacional de Unidades”.
2.44
verificação
verification
vérification
Provimento de evidência objetiva de que um dado item atende a requisitos especificados.
EXEMPLO 1: Confirmação de que um dado material de referência, como declarado, é homogêneo para o valor e para o procedimento de medição em questão, até uma porção, do material sob medição, com massa de 10 mg .
EXEMPLO 2: Confirmação de que as propriedades relativas ao desempenho ou aos requisitos legais são atendidas para um sistema de medição.
EXEMPLO 3: Confirmação de que uma incerteza-alvo pode ser obtida.
NOTA 1: Quando aplicável, recomenda-se que a incerteza de medição seja levada em consideração.
NOTA 2: O item pode ser, por exemplo, um processo, um procedimento de medição, um material, um composto ou um sistema de medição.
NOTA 3: Os requisitos especificados podem ser, por exemplo, as especificações de um fabricante.
NOTA 4: Em metrologia legal, a verificação, conforme definida no VIML[53], e geralmente na avaliação da conformidade, compreende o exame e a marcação e/ou a emissão de um certificado de verificação para um sistema de medição.

NOTA 5: A verificação não deve ser confundida com calibração. Nem toda verificação é uma validação.
NOTA 6: Em química, a verificação da identidade de uma entidade, ou de uma atividade, necessita de uma descrição da estrutura ou das propriedades daquela entidade ou atividade.
2.45
validação
validation
validation
Verificação na qual os requisitos especificados são adequados para um uso pretendido.
EXEMPLO: Um procedimento de medição, normalmente utilizado para a medição da concentração da massa de nitrogênio em água, pode também ser validado para a medição no soro humano.

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2.46
comparabilidade metrológica
comparabilidade metrológica de resultados de medição
metrological comparability of measurement results ; metrological comparability
comparabilité métrologique
Comparabilidade de resultados de medição que, para grandezas de um tipo determinado, são rastreáveis metrologicamente à mesma referência.

EXEMPLO: Resultados de medição, para as distâncias entre a Terra e a Lua, e entre Paris e Londres, são comparáveis metrologicamente quando ambas são rastreáveis metrologicamente à mesma unidade de medida, por exemplo, o metro.
NOTA 1: Ver a NOTA 1 de 2.41, rastreabilidade metrológica.
NOTA 2: A comparabilidade metrológica não necessita que os valores medidos e as incertezas de medição associadas sejam da mesma ordem de grandeza.
2.47
compatibilidade metrológica
compatibilidade metrológica de resultados de medição
metrological compatibility of measurement results ; metrological compatibility
compatibilité de mesure ; compatibilité métrologique
Propriedade de um conjunto de resultados de medição correspondentes a um mensurando especificado, tal que o valor absoluto da diferença entre os valores medidos de todos os pares de resultados de medição é menor que um certo múltiplo escolhido da incerteza-padrão desta diferença.
NOTA 1: A compatibilidade metrológica substitui o conceito tradicional de “manter-se dentro do erro”, já que ela representa o critério de decisão se dois resultados de medição referem-se, ou não, a um mesmo mensurando. Num conjunto de medições de um mensurando considerado constante, se um resultado de medição não é compatível com os demais, é porque a medição não está correta (por exemplo, sua incerteza de medição avaliada é muito pequena) ou a grandeza medida variou entre medições.
NOTA 2: A correlação entre as medições influencia a compatibilidade metrológica. Se as medições são totalmente não correlacionadas, a incerteza-padrão da diferença entre elas é igual à média quadrática de suas incertezas-padrão (raiz quadrada da soma dos quadrados), enquanto que se forem correlacionadas, ela é menor para uma covariância positiva ou maior para uma covariância negativa.

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2.48
modelo de medição
modelo matemático da medição
measurement model ; model of measurement ; model
modèle de mesure ; modèle
Relação matemática entre todas as grandezas que, sabidamente, estão envolvidas numa medição.
NOTA 1: Uma forma geral de um modelo de medição é a equação h(Y, X1, …, Xn) = 0, onde Y, a grandeza de saída no modelo de medição, é o mensurando, cujo valor deve ser deduzido da informação sobre as grandezas de entrada no modelo de medição X1, …, Xn.
NOTA 2: Em casos mais complexos onde há duas ou mais grandezas de saída, o modelo de medição consiste em mais do que apenas uma equação.
2.49
função de medição
measurement function
fonction de mesure
Função de grandezas cujo valor, quando calculado a partir de valores conhecidos das grandezas de entrada no modelo de medição, é um valor medido da grandeza de saída no modelo de medição.
NOTA 1: Se um modelo de medição h(Y, X1, …, Xn) = 0 pode ser escrito explicitamente como Y = f(X1, …, Xn), onde Y é a grandeza de saída no modelo de medição, a função f é a função de medição.
Geralmente f pode simbolizar um algoritmo que fornece, para os valores da grandeza de entrada x1, …, xn, um valor de saída único correspondente a y = f (x1, …, xn).
NOTA 2: A função de medição também é utilizada para calcular a incerteza de medição associada ao valor medido de Y.
2.50
grandeza de entrada
grandeza de entrada num modelo de medição
input quantity in a measurement model ; input quantity
grandeur d’entrée dans un modele de mesure ; grandeur d’entrée
Grandeza que deve ser medida, ou grandeza cujo valor pode ser obtido de outro modo, para calcular um valor medido de um mensurando.
EXEMPLO: Quando o comprimento de uma haste de aço a uma temperatura especificada é o mensurando, a temperatura real, o comprimento na temperatura real e o coeficiente de dilatação térmica linear da haste são grandezas de entrada.
NOTA 1: Uma grandeza de entrada é freqüentemente uma grandeza de saída de um sistema de medição.
NOTA 2: As indicações, as correções e as grandezas de influência são grandezas de entrada.
2.51
grandeza de saída
grandeza de saída num modelo de medição
output quantity in a measurement model ; output quantity
grandeur de sortie dans un modele de mesure ; grandeur de sortie
Grandeza cujo valor medido é calculado utilizando-se os valores das grandezas de entrada num modelo de medição.

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2.52 (2.7)
grandeza de influência
influence quantity
grandeur d’influence
Grandeza que, numa medição direta, não afeta a grandeza efetivamente medida, mas afeta a relação entre a indicação e o resultado de medição.
EXEMPLO 1: Freqüência na medição direta da amplitude constante de uma corrente alternada com um amperímetro.
EXEMPLO 2: Concentração em quantidade de matéria de bilirrubina numa medição direta da concentração em quantidade de matéria de hemoglobina no plasma sangüíneo humano.
EXEMPLO 3: Temperatura de um micrômetro utilizado na medição do comprimento de uma haste, mas não a temperatura da própria haste que pode fazer parte da definição do mensurando.
EXEMPLO 4: Pressão ambiente na fonte iônica de um espectrômetro de massa durante uma medição de uma fração molar.
NOTA 1: Uma medição indireta compreende uma combinação de medições diretas, em que cada uma delas pode ser afetada por grandezas de influência.
NOTA 2: No GUM, o conceito “grandeza de influência” é definido como na 2a edição do VIM, contemplando não somente as grandezas que afetam o sistema de medição, como na definição acima, mas também aquelas que afetam as grandezas efetivamente medidas. Além disso, no GUM este conceito não está limitado a medições diretas.
2.53 (3.15) (3.16)
correção
correction
correction
Compensação de um efeito sistemático estimado.
NOTA 1: Ver o ISO/IEC Guide 98-3: 2008, 3.2.3, para uma explicação do conceito de “efeito sistemático”.
NOTA 2: A compensação pode assumir diferentes formas, tais como uma adição de um valor ou uma multiplicação por um fator, ou pode ser deduzida a partir de uma tabela.

3 Dispositivos de medição
3.1 (4.1)
instrumento de medição
measuring instrument
instrument de mesure
Dispositivo utilizado para realizar medições, individualmente ou associado a um ou mais dispositivos suplementares.
NOTA 1: Um instrumento de medição que pode ser utilizado individualmente é um sistema de medição.
NOTA 2: Um instrumento de medição pode ser um instrumento de medição indicador ou uma medida materializada.
3.2 (4.5)
sistema de medição
measuring system
système de mesure

Conjunto de um ou mais instrumentos de medição e freqüentemente outros dispositivos, compreendendo, se necessário, reagentes e insumos, montado e adaptado para fornecer informações destinadas à obtenção dos valores medidos, dentro de intervalos especificados para grandezas de tipos especificados.
NOTA: Um sistema de medição pode consistir de apenas um instrumento de medição.
3.3 (4.6)
instrumento de medição indicador
instrumento indicador
indicating measuring instrument
appareil de mesure indicateur ; appareil indicateur
Instrumento de medição que fornece um sinal de saída, o qual contém informações sobre o valor da grandeza medida.
EXEMPLOS: Voltímetro, micrômetro, termômetro, balança eletrônica.
NOTA 1: Um instrumento de medição indicador pode fornecer um registro de sua indicação.
NOTA 2: Um sinal de saída pode ser apresentado na forma visual ou acústica. Ele também pode ser transmitido a um ou mais dispositivos.
3.4 (4.6)
instrumento de medição mostrador
displaying measuring instrument
appareil de mesure afficheur ; appareil afficheur
Instrumento de medição indicador em que o sinal de saída é apresentado na forma visual.

3.5 (4.17)
escala de um instrumento de medição mostrador
scale of a displaying measuring instrument
échelle d’un appareil de mesure afficheur ; échelle
Parte de um instrumento de medição mostrador que consiste de um conjunto ordenado de marcas, eventualmente associadas a números ou a valores de grandezas.

3.6 (4.2)
medida materializada
material measure
mesure matérialisée
Instrumento de medição que reproduz ou fornece, de maneira permanente durante sua utilização, grandezas de um ou mais tipos, cada uma com um valor designado.
EXEMPLOS: Peso-padrão, medida de capacidade (que fornece um ou mais valores, com ou sem escala de valores), resistor-padrão, escala graduada, bloco-padrão, gerador-padrão de sinais, material de referência certificado.
NOTA 1: A indicação de uma medida materializada é o valor a ela designado.
NOTA 2: Uma medida materializada pode ser um padrão.

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3.7 (4.3)
transdutor de medição
measuring transducer
transducteur de mesure
Dispositivo, utilizado em medição, que fornece uma grandeza de saída, a qual tem uma relação especificada com uma grandeza de entrada.
EXEMPLOS: Termopar, transformador de corrente, extensômetro, eletrodo de pH, tubo de Bourdon, tira bimetálica.
3.8 (4.14)
sensor
sensor
capteur
Elemento de um sistema de medição que é diretamente afetado por um fenômeno, corpo ou substância que contém a grandeza a ser medida.
EXEMPLOS: Bobina sensível de um termômetro de resistência de platina, rotor de um medidor de vazão de turbina, tubo de Bourdon de um manômetro, bóia de um instrumento de medição de nível, fotocélula de um espectrômetro, cristal líquido termotrópico que muda de cor em função da temperatura.
NOTA: Em algumas áreas, o termo “detector” é utilizado para este conceito.
3.9 (4.15)
detector
detector
détecteur
Dispositivo ou substância que indica a presença de um fenômeno, corpo ou substância quando um valor limite de uma grandeza associada for excedido.
EXEMPLOS: Detector de fuga de halogênio, papel de tornassol.
NOTA 1: Em algumas áreas, o termo “detector” é utilizado para o conceito de sensor.
NOTA 2: Em química, o termo “indicador” é freqüentemente utilizado para este conceito.
3.10 (4.4)
cadeia de medição
measuring chain
chaîne de mesure
Série de elementos de um sistema de medição que constitui um único caminho para o sinal, do sensor até o elemento de saída.

EXEMPLO 1: Cadeia de medição eletroacústica composta por um microfone, um atenuador, um filtro, um amplificador e um voltímetro.
EXEMPLO 2: Cadeia de medição mecânica composta por um tubo de Bourdon, um sistema de
alavancas, engrenagens e um mostrador mecânico.
3.11 (4.30)
ajuste de um sistema de medição
ajuste
adjustment of a measuring system ; adjustment
ajustage d’un système de mesure ; ajustage
Conjunto de operações efetuadas em um sistema de medição, de modo que ele forneça indicações prescritas correspondentes a determinados valores de uma grandeza a ser medida.
NOTA 1: Diversos tipos de ajuste de um sistema de medição incluem a regulagem de zero, a regulagem de defasagem (às vezes chamada regulagem de “offset”) e a regulagem de amplitude (às vezes chamada regulagem de ganho).
NOTA 2: O ajuste de um sistema de medição não deve ser confundido com calibração, a qual é um pré-requisito para o ajuste.
NOTA 3: Após um ajuste de um sistema de medição, tal sistema geralmente deve ser recalibrado.
3.12
regulagem de zero
zero adjustment of a measuring system ; zero adjustment
réglage de zero
Ajuste de um sistema de medição de modo que o mesmo forneça uma indicação igual a zero correspondente a um valor igual a zero da grandeza a ser medida.

4 Propriedades dos dispositivos de medição
4.1 (3.2)
indicação
indication
indication
Valor fornecido por um instrumento de medição ou por um sistema de medição.
NOTA 1: Uma indicação pode ser representada na forma visual ou acústica ou pode ser transferida a um outro dispositivo. A indicação é freqüentemente dada pela posição de um ponteiro sobre um mostrador para saídas analógicas, por um número apresentado em um mostrador ou impresso para saídas digitais, por um padrão de códigos para saídas codificadas ou por um valor designado a medidas materializadas.
NOTA 2: Uma indicação e o valor correspondente da grandeza medida não são necessariamente valores de grandezas do mesmo tipo.

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4.2
indicação do branco
blank indication ; background indication
indication du blanc ; indication d’environnement
Indicação obtida a partir de um fenômeno, corpo ou substância semelhante ao fenômeno, ao corpo ou à substância em estudo, mas, para a qual supõe-se que a grandeza de interesse não esteja presente ou não contribua para a indicação.
4.3 (4.19)
intervalo de indicações
indication interval
intervalle des indications
Conjunto de valores compreendidos entre duas indicações extremas.
NOTA 1: Um intervalo de indicações é geralmente expresso em termos de seu menor e maior valor, por exemplo, “99 V a 201 V”.
NOTA 2: Em algumas áreas, o termo adotado é “faixa de indicações”.
4.4 (5.1)
intervalo nominal de indicações
intervalo nominal
nominal indication interval ; nominal interval
intervalle nominal des indications ; intervalle nominal ; calibre
Conjunto de valores compreendidos entre duas indicações extremas arredondadas ou aproximadas, obtido com um posicionamento particular dos controles de um instrumento de medição ou sistema de medição e utilizado para designar este posicionamento.
NOTA 1: Um intervalo nominal de indicações é geralmente expresso em termos de seu menor e maior valor, por exemplo “100 V a 200 V”.
NOTA 2: Em algumas áreas, o termo adotado é “faixa nominal”.
4.5 (5.2)
amplitude de medição
amplitude nominal
range of a nominal indication interval
étendue de mesure ; étendue nominale
Valor absoluto da diferença entre os valores extremos de um intervalo nominal de indicações.

EXEMPLO: Para um intervalo nominal de indicações de -10 V a +10 V a amplitude de medição é 20 V.
NOTA: A amplitude de medição é algumas vezes denominada, em inglês, “span of a nominal interval”.
Em português o termo “intervalo de medição” é, por vezes, impropriamente empregado.
4.6 (5.3)
valor nominal
nominal quantity value ; nominal value
valeur nominale
Valor arredondado ou aproximado de uma grandeza característica de um instrumento de medição ou de um sistema de medição, o qual serve de guia para sua utilização apropriada.
EXEMPLO 1: O valor 100 Ω marcado em um resistor-padrão.
EXEMPLO 2: O valor 1000 ml marcado em um frasco volumétrico que possui um traço único.
EXEMPLO 3: O valor 0,1 mol/l da concentração em quantidade de matéria de uma solução de ácido clorídrico, HCl.
EXEMPLO 4: O valor -20 °C de temperatura Celsius máxima para armazenamento.
NOTA: “Valor nominal” não deve ser confundido com “propriedade qualitativa” (ver 1.30, NOTA 2).

4.7 (5.4)
intervalo de medição
measuring interval ; working interval
intervalle de mesure
Conjunto de valores de grandezas do mesmo tipo que pode ser medido por um dado instrumento de medição ou sistema de medição com incerteza instrumental especificada, sob condições determinadas.
NOTA 1: Em algumas áreas, os termos adotados são: “faixa de medição”, “faixa de operação”, “faixa de trabalho”.
NOTA 2: O limite inferior de um intervalo de medição não deve ser confundido com limite de detecção.

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4.8
condição de regime estável
condição de regime permanente
steady-state operating condition
condition de régime établi ; condition de régime permanent
Condição de funcionamento de um instrumento de medição ou de um sistema de medição na qual a relação estabelecida pela calibração permanece válida, até mesmo quando o mensurando varia com o tempo.
4.9 (5.5)
condição de funcionamento
rated operating condition
condition assignée de fonctionnement
Condição de funcionamento que deve ser cumprida durante uma medição para que um instrumento de medição ou um sistema de medição funcione como projetado.
NOTA: As condições de funcionamento geralmente especificam os intervalos de valores para a grandeza medida e para as grandezas de influência.

4.10 (5.6)
condição limite de funcionamento
condição limite
limiting operating condition
condition limite de fonctionnement ; condition limite
Condição extrema de funcionamento que um instrumento de medição ou sistema de medição deve suportar sem dano e sem degradação das suas propriedades metrológicas especificadas quando, subseqüentemente, é operado nas suas condições de funcionamento.
NOTA 1: As condições limites para armazenamento, transporte e utilização podem diferir.
NOTA 2: As condições limites podem compreender valores limites para a grandeza medida e para as grandezas de influência.
4.11 (5.7)
condição de funcionamento de referência
condição de referência
reference operating condition ; reference condition
condition de fonctionnement de référence ; condition de référence
Condição de funcionamento prescrita para avaliar o desempenho de um instrumento de medição ou de um sistema de medição ou para comparar resultados de medição.
NOTA 1: As condições de funcionamento de referência especificam os intervalos de valores do mensurando e das grandezas de influência.
NOTA 2: Na IEC 60050-300, item 311-06-02, o termo “reference condition” refere-se a uma condição de funcionamento na qual a incerteza de medição instrumental especificada é a menor possível.
4.12 (5.10)
sensibilidade
sensibilidade de um sistema de medição
sensitivity of a measuring system ; sensitivity
sensibilité
Quociente entre a variação de uma indicação de um sistema de medição e a variação correspondente do valor da grandeza medida.
NOTA 1: A sensibilidade pode depender do valor da grandeza medida.
NOTA 2: A variação do valor da grandeza medida deve ser grande quando comparada à resolução.
4.13
seletividade
seletividade de um sistema de medição
sensitivity of a measuring system ; sensitivity
sélectivité
Propriedade de um sistema de medição, utilizado com um procedimento de medição especificado, segundo a qual o sistema fornece valores medidos para um ou vários mensurandos, tal que os valores de cada mensurando sejam independentes uns dos outros ou de outras grandezas associadas ao fenômeno, corpo ou substância em estudo.
EXEMPLO 1: Aptidão de um sistema de medição composto por um espectrômetro de massa para medir a razão entre correntes iônicas geradas por dois compostos especificados, sem interferência de outras fontes especificadas de corrente elétrica.
EXEMPLO 2: Aptidão de um sistema de medição para medir a potência de uma componente de um sinal a uma determinada freqüência sem sofrer interferências de componentes do sinal ou de outros sinais, em outras freqüências.

EXEMPLO 3: Aptidão de um receptor para discriminar entre um sinal desejado e sinais não
desejados, tendo geralmente freqüências ligeiramente diferentes da freqüência do sinal desejado.
EXEMPLO 4: Aptidão de um sistema de medição de radiação ionizante para responder a uma radiação particular a ser medida na presença de radiação concomitante.
EXEMPLO 5: Aptidão de um sistema de medição para medir a concentração em quantidade de matéria de creatinina no plasma sangüíneo por um procedimento de Jaffé sem ser influenciado pelas concentrações de glicose, urato, cetona e proteína.
EXEMPLO 6: Aptidão de um espectrômetro de massa para medir a abundância em quantidade de matéria do isótopo 28Si e do isótopo 30Si no silício proveniente de um depósito geológico sem influência mútua ou do isótopo 29Si.
NOTA 1: Em física, existe somente um mensurando; as outras grandezas do mesmo tipo do mensurando são grandezas de entrada para o sistema de medição.
NOTA 2: Em química, as grandezas medidas envolvem freqüentemente componentes diferentes do sistema submetido à medição e estas grandezas não são necessariamente do mesmo tipo.
NOTA 3: Em química, a seletividade de um sistema de medição é obtida normalmente para grandezas associadas a componentes selecionadas em concentrações dentro de intervalos estabelecidos.
NOTA 4: O conceito de seletividade em física (ver NOTA 1) é próximo daquele da especificidade, como às vezes é utilizado em química.

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4.14
resolução
resolution
résolution
Menor variação da grandeza medida que causa uma variação perceptível na indicação correspondente.
NOTA: A resolução pode depender, por exemplo, de ruído (interno ou externo) ou de atrito. Pode depender também do valor da grandeza medida.
4.15 (5.12)
resolução de um dispositivo mostrador
resolution of a displaying device
résolution d’un dispositif afficheur
Menor diferença entre indicações que pode ser significativamente percebida.
4.16 (5.11)
limiar de mobilidade
mobilidade
discrimination threshold
seuil de discrimination ; seuil de mobilité ; mobilité
Maior variação do valor de uma grandeza medida que não causa variação detectável na indicação correspondente.
NOTA: O limiar de mobilidade pode depender, por exemplo, de ruído (interno ou externo) ou de atrito.
Pode depender também do valor da grandeza medida e de como a variação é aplicada.

4.17 (5.13)
zona morta
dead band
zone morte
Intervalo máximo no qual o valor de uma grandeza medida pode ser variado em ambas as direções sem produzir uma mudança perceptível na indicação correspondente.
NOTA: A zona morta pode depender da taxa de variação.
4.18
limite de detecção
detection limit ; limit of detection
limite de détection
Valor medido, obtido por um dado procedimento de medição, para o qual a probabilidade de declarar falsamente a ausência de um componente em um material é β, sendo α a probabilidade de declarar falsamente a sua presença.
NOTA 1: A IUPAC recomenda valores convencionais para α e β iguais a 0,05.
NOTA 2: [Aplicável unicamente ao texto em inglês].
NOTA 3: O termo “sensibilidade” não deve ser empregado no sentido de limite de detecção.
4.19 (5.14)
estabilidade
stability of a measuring instrument ; stability
stabilité ; constance
Propriedade de um instrumento de medição segundo a qual este mantém as suas propriedades metrológicas constantes ao longo do tempo.
NOTA: A estabilidade pode ser expressa quantitativamente de diversas maneiras.
EXEMPLO 1: Pela duração de um intervalo de tempo ao longo do qual uma propriedade metrológica varia numa quantidade definida.
EXEMPLO 2: Pela variação de uma propriedade ao longo de um intervalo de tempo definido.
4.20 (5.25)
tendência instrumental
instrumental bias
biais instrumental
Diferença entre a média de repetidas indicações e um valor de referência.
4.21 (5.16)
deriva instrumental
deriva
instrumental drift
dérive instrumentale
Variação da indicação ao longo do tempo, contínua ou incremental, devida a variações nas propriedades metrológicas de um instrumento de medição.
NOTA: A deriva instrumental não está relacionada a uma variação na grandeza medida, nem a uma variação de qualquer grandeza de influência identificada.

4.22
variação devida a uma grandeza de influência
variation due to an influence quantity
variation due à une grandeur d’influence
Diferença entre indicações correspondentes a um mesmo valor medido, ou entre valores fornecidos por uma medida materializada, quando uma grandeza de influência assume sucessivamente dois valores diferentes.
4.23 (5.17)
tempo de resposta a um degrau
step response time
temps de réponse à un échelon
Intervalo de tempo entre o instante em que um valor de entrada de um instrumento de medição ou de um sistema de medição é submetido a uma variação brusca entre dois valores constantes especificados e o instante em que a indicação correspondente se mantém entre limites especificados em torno do seu valor final estável.
4.24
incerteza de medição instrumental
incerteza instrumental
instrumental measurement uncertainty
incertitude instrumentale
Componente da incerteza de medição proveniente do instrumento de medição ou do sistema de medição utilizado.
NOTA 1: A incerteza de medição instrumental é obtida por meio da calibração do instrumento de medição ou do sistema de medição, exceto para um padrão primário, para o qual são utilizados outros meios.
NOTA 2: A incerteza de medição instrumental é utilizada na avaliação do Tipo B da incerteza de medição.
NOTA 3: As informações referentes à incerteza de medição instrumental podem ser fornecidas nas especificações do instrumento.
4.25 (5.19)
classe de exatidão
accuracy class
classe d’exactitude
Classe de instrumentos de medição ou de sistemas de medição que atendem a requisitos metrológicos estabelecidos para manter os erros de medição ou as incertezas de medição instrumentais dentro de limites especificados, sob condições de funcionamento especificadas.
NOTA 1: Uma classe de exatidão é usualmente caracterizada por um número ou por um símbolo adotado por convenção.
NOTA 2: O conceito de classe de exatidão se aplica a medidas materializadas.

4.26 (5.21)
erro máximo admissível
erro máximo permissível
erro máximo tolerado
limite de erro
maximum permissible measurement error ; maximum permissible error ; limit of error erreur maximale tolérée ; limite d’erreur
Valor extremo do erro de medição, com respeito a um valor de referência conhecido, aceito por especificações ou regulamentos para uma dada medição, instrumento de medição ou sistema de medição.
NOTA 1: Usualmente, o termo “erros máximos admissíveis”, “erros máximos permissíveis”, “erros máximos tolerados” ou “limites de erro” são utilizados onde há dois valores extremos.
NOTA 2: O termo “tolerância” não deve ser utilizado para designar erro máximo admissível.
4.27 (5.22)
erro no ponto de controle
datum measurement error ; datum error
erreur au point de contrôle
Erro de medição de um instrumento de medição ou de um sistema de medição num valor
medido especificado.
4.28 (5.23)
erro no zero
zero error
erreur à zéro
Erro no ponto de controle quando o valor medido especificado é zero.
NOTA: [Aplicável unicamente ao texto em inglês].

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4.29
incerteza de medição no zero
null measurement uncertainty
incertitude de mesure à zéro
Incerteza de medição quando o valor medido especificado é zero.
NOTA 1: A incerteza de medição no zero é associada a uma indicação zero ou próxima de zero e abrange um intervalo onde não se sabe se o mensurando é muito pequeno para ser detectado ou a indicação do instrumento de medição é devida apenas a ruído.
NOTA 2: O conceito de “incerteza de medição no zero” também se aplica quando uma diferença é obtida entre a medição de uma amostra e a de um branco.
4.30
diagrama de calibração
calibration diagram
diagramme d’étalonnage
Expressão gráfica da relação entre uma indicação e o resultado de medição correspondente.
NOTA 1: Um diagrama de calibração é uma região do plano definida pelo eixo das indicações e pelo eixo dos resultados de medição, que representa uma relação multívoca entre uma indicação e um conjunto de valores medidos. A largura da região para uma indicação dada fornece a incerteza de medição instrumental.
NOTA 2: Expressões alternativas da relação incluem uma curva de calibração e a incerteza de medição associada, uma tabela de calibração ou um conjunto de funções.

NOTA 3: Este conceito é referente a uma calibração quando a incerteza de medição instrumental é grande em comparação com as incertezas de medição associadas aos valores de padrões.

4.31
curva de calibração
calibration curve
courbe d’étalonnage
Expressão da relação entre uma indicação e o valor medido correspondente.
NOTA: Uma curva de calibração expressa uma relação biunívoca que não fornece um resultado de medição, pois ela não contém informação a respeito da incerteza de medição.

5 Padrões

5.1 (6.1)
padrão
measurement standard ; etalon
étalon
Realização da definição de uma dada grandeza, com um valor determinado e uma incerteza de medição associada, utilizada como referência.
EXEMPLO 1: Padrão de massa de 1 kg com uma incerteza-padrão associada de 3 μg.
EXEMPLO 2: Resistor-padrão de 100 Ω com uma incerteza-padrão associada de 1 μΩ.
EXEMPLO 3: Padrão de freqüência de césio com uma incerteza-padrão relativa associada de 2 x 10−15.
EXEMPLO 4: Eletrodo de referência de hidrogênio com um valor designado de 7,072 e uma incerteza-padrão associada de 0,006.
EXEMPLO 5: Conjunto de soluções de referência de cortisol no soro humano, para o qual cada solução tem um valor certificado com uma incerteza de medição.
EXEMPLO 6: Material de referência que fornece valores com incertezas de medição associadas para a concentração em massa de dez proteínas diferentes.
NOTA 1: A “realização da definição de uma dada grandeza” pode ser fornecida por um sistema de medição, uma medida materializada ou um material de referência.
NOTA 2: Um padrão serve freqüentemente de referência na obtenção de valores medidos e incertezas de medição associadas para outras grandezas do mesmo tipo, estabelecendo assim uma rastreabilidade metrológica através da calibração de outros padrões, instrumentos de medição ou sistemas de medição.

NOTA 3: O termo “realização” é empregado aqui no sentido mais geral. Designa três procedimentos de “realização”. O primeiro, a realização stricto sensu, é a realização física da unidade a partir da sua definição. O segundo, chamada “reprodução”, consiste, não em realizar a unidade a partir da sua definição, mas em construir um padrão altamente reprodutível baseado em um fenômeno físico, por exemplo, o emprego de laseres estabilizados em freqüência para construir um padrão do metro, o emprego do efeito Josephson para o volt ou o efeito Hall quântico para o ohm. O terceiro procedimento consiste em adotar uma medida materializada como padrão. É o caso do padrão de 1 kg.
NOTA 4: A incerteza-padrão associada a um padrão é sempre uma componente da incertezapadrão combinada (ver o Guia ISO/IEC 98-3:2008, 2.3.4) num resultado de medição obtido ao se utilizar o padrão. Esta componente é freqüentemente pequena em comparação a outras componentes da incerteza-padrão combinada.
NOTA 5: O valor da grandeza e a incerteza de medição devem ser determinados no momento em que o padrão é utilizado.
NOTA 6: Várias grandezas do mesmo tipo ou de tipos diferentes podem ser realizadas com o auxílio de um único dispositivo, chamado também de padrão.
NOTA 7: A palavra “embodiment” é algumas vezes utilizada em inglês no lugar de “realização”.
NOTA 8: Em ciência e tecnologia, a palavra inglesa “standard” é utilizada com pelo menos dois significados diferentes: como uma especificação, uma recomendação técnica ou uma norma, e como um padrão (em inglês “measurement standard”). Somente o segundo significado é pertinente para o presente Vocabulário.

NOTA 9: O termo “padrão” é às vezes utilizado para designar outras ferramentas metrológicas como, por exemplo, um “software measurement standard” (ver a ISO 5436-2).

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5.2 (6.2)
padrão internacional
international measurement standard
étalon international
Padrão reconhecido pelos signatários de um acordo internacional, tendo como propósito a sua utilização mundial.
EXEMPLO 1: O protótipo internacional do quilograma.
EXEMPLO 2: Gonadotrofina coriônica, 4o padrão internacional da Organização Mundial de Saúde (OMS), 1999, 75/589, 650 unidades internacionais por ampola.
EXEMPLO 3: Água oceânica média normalizada de Viena (VSMOW2) distribuída pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para medições diferenciais das razões molares de isótopos estáveis.
5.3 (6.3)
padrão nacional
national measurement standard ; national standard
étalon national
Padrão reconhecido por uma autoridade nacional para servir dentro de um estado ou economia, como base para atribuir valores a outros padrões de grandezas do mesmo tipo.
5.4 (6.4)
padrão primário
primary measurement standard ; primary standard
étalon primaire
Padrão estabelecido com auxílio de um procedimento de medição primário ou criado como um artefato, escolhido por convenção.
EXEMPLO 1: Padrão primário de concentração em quantidade de matéria preparado pela dissolução de uma quantidade de matéria conhecida de uma substância química num volume conhecido de solução.
EXEMPLO 2: Padrão primário de pressão baseado em medições separadas de força e área.
EXEMPLO 3: Padrão primário para as medições das razões molares de isótopos preparado por meio da mistura de quantidades de matéria conhecidas de isótopos especificados.
EXEMPLO 4: Padrão primário de temperatura termodinâmica constituído por uma célula de ponto triplo da água.
EXEMPLO 5: O protótipo internacional do quilograma como um artefato escolhido por convenção.
5.5 (6.5)
padrão secundário
secondary measurement standard ; secondary standard
étalon secondaire
Padrão estabelecido por meio de uma calibração com referência a um padrão primário de uma grandeza do mesmo tipo.
NOTA 1: A calibração pode ser obtida diretamente entre o padrão primário e o padrão secundário, ou envolver um sistema de medição intermediário calibrado pelo padrão primário, que atribui um resultado de medição ao padrão secundário.

NOTA 2: Um padrão cujo valor é atribuído por um procedimento de medição primário de razão é um padrão secundário.
5.6 (6.6)
padrão de referência
reference measurement standard ; reference standard
étalon de référence
Padrão designado para a calibração de outros padrões de grandezas do mesmo tipo em uma dada organização ou local.
5.7 (6.7)
padrão de trabalho
working measurement standard ; working standard
étalon de travail
Padrão que é utilizado rotineiramente para calibrar ou controlar instrumentos de medição ou sistemas de medição.
NOTA 1: Um padrão de trabalho é geralmente calibrado em relação a um padrão de referência.
NOTA 2: Um padrão de trabalho utilizado em verificação é também algumas vezes denominado de “padrão de verificação” ou “padrão de controle”.
5.8 (6.9)
padrão itinerante
travelling measurement standard ; travelling standard
étalon voyageur
Padrão, algumas vezes de construção especial, para ser transportado entre diferentes locais.
EXEMPLO: Padrão de freqüência de césio 133, portátil e funcionando a bateria.
5.9 (6.8)
dispositivo de transferência
transfer measurement device ; transfer device
dispositif de transfert
Dispositivo utilizado como intermediário para comparar padrões.
NOTA: Algumas vezes os padrões podem servir como dispositivos de transferência.
5.10
padrão intrínseco
intrinsic measurement standard ; intrinsic standard
étalon intrinsèque
Padrão baseado em uma propriedade intrínseca e reprodutível de um fenômeno ou de uma substância.
EXEMPLO 1: Padrão intrínseco de temperatura termodinâmica constituído de uma célula de ponto
triplo da água.
EXEMPLO 2: Padrão intrínseco de diferença de potencial elétrico baseado no efeito Josephson.
EXEMPLO 3: Padrão intrínseco de resistência elétrica baseado no efeito Hall quântico.
EXEMPLO 4: Padrão intrínseco de condutividade elétrica constituído por uma amostra de cobre.
NOTA 1: O valor de um padrão intrínseco é designado por consenso e não necessita ser estabelecido em relação a outro padrão do mesmo tipo. Sua incerteza de medição é determinada ao se considerarem duas componentes: a primeira associada ao seu valor de consenso e a outra associada à sua construção, implementação e manutenção.
NOTA 2: Um padrão intrínseco geralmente consiste de um sistema produzido de acordo com os requisitos de um procedimento de consenso e submetido a uma verificação periódica. O procedimento de consenso pode conter orientações para a aplicação de correções necessárias à implementação.
NOTA 3: Os padrões intrínsecos que são baseados em fenômenos quânticos geralmente possuem estabilidade excepcional.
NOTA 4: O adjetivo “intrínseco” não significa que tal padrão possa ser implementado e utilizado sem cuidado especial ou que ele seja imune a influências internas e externas.
5.11 (6.12)
conservação de um padrão
manutenção de um padrão
conservation of a measurement standard ; maintenance of measurement standard
conservation d’un étalon ; maintenance d’ un étalon
Conjunto de operações necessárias para a preservação das propriedades metrológicas de um padrão dentro de limites estabelecidos.
NOTA: Geralmente a conservação compreende a verificação periódica de propriedades metrológicas pré-definidas ou a calibração, armazenamento em condições adequadas e cuidados específicos para a sua utilização.
5.12
calibrador
calibrator
. . . . .
Padrão utilizado em calibrações.
NOTA: O termo “calibrador” é utilizado apenas em certas áreas.

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5.13 (6.13)
material de referência
MR
reference material ; RM
matériau de référence ; MR
Material, suficientemente homogêneo e estável em relação a propriedades específicas, preparado para se adequar a uma utilização pretendida numa medição ou num exame de propriedades qualitativas.
NOTA 1: O exame de uma propriedade qualitativa de um material fornece um valor à propriedade qualitativa e uma incerteza associada. Esta incerteza não é uma incerteza de medição.
NOTA 2: Os materiais de referência com ou sem valores atribuídos podem ser utilizados para controlar a precisão de medição, enquanto que apenas os materiais de referência com valores atribuídos podem ser utilizados para a calibração ou para o controle da veracidade.
NOTA 3: Os materiais de referência compreendem os materiais caracterizados por grandezas e por propriedades qualitativas.

EXEMPLO 1: Exemplos de materiais de referência que dão suporte a grandezas:
a) Água de pureza determinada, cuja viscosidade dinâmica é utilizada para a calibração de viscosímetros;

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b) Soro humano sem valor atribuído à concentração do colesterol intrínseco, utilizado apenas para o controle da precisão de medição;
c) Tecido de peixe que contém uma fração mássica determinada de dioxina, utilizado como padrão em uma calibração.
EXEMPLO 2: Exemplos de materiais de referência que dão suporte a propriedades qualitativas:
a) Carta de cores com indicação de uma ou mais cores especificadas.
b) DNA contendo uma seqüência especificada de nucleotídeos.
c) Urina contendo 19-androstenediona.
NOTA 4: Um material de referência está algumas vezes incorporado a um dispositivo fabricado especialmente.
EXEMPLO 1: Substância de ponto triplo conhecido numa célula de ponto triplo.
EXEMPLO 2: Vidro de densidade óptica conhecida num suporte de filtro de transmissão.
EXEMPLO 3: Esferas de granulometria uniforme colocadas sobre uma lâmina de microscópio.
NOTA 5: Certos materiais de referência têm valores atribuídos que são metrologicamente rastreáveis a uma unidade de medida fora de um sistema de unidades. Tais materiais compreendem vacinas às quais foram atribuídas Unidades Internacionais (UI) pela Organização Mundial da Saúde.
NOTA 6: Em uma dada medição, um dado material de referência pode ser utilizado apenas para calibração ou para garantia da qualidade.
NOTA 7: Convém incluir nas especificações de um material de referência a sua rastreabilidade, a qual indique sua origem e seu processamento (Accred. Qual. Assur.: 2006)[45].
NOTA 8: A definição da ISO/REMCO[45] é análoga, porém utiliza o termo “measurement process” para indicar “exame” (NM ISO 15189: 2008, 3.4) que envolve ao mesmo tempo a medição da grandeza e o exame de uma propriedade qualitativa.
5.14 (6.14)
material de referência certificado
MRC
certified reference material ; CRM
matériau de référence certifié ; MCR
Material de referência acompanhado de uma documentação emitida por um organismo com autoridade, a qual fornece um ou mais valores de propriedades especificadas com as incertezas e as rastreabilidades associadas, utilizando procedimentos válidos.
EXEMPLO: Soro humano com valor atribuído para a concentração de colesterol e incerteza de medição associada, indicados num certificado, e que servem como padrão em uma calibração ou como material de controle da veracidade.
NOTA 1: A “documentação” mencionada é emitida sob a forma de um “certificado” (ver o Guia ISO 31: 2000).
NOTA 2: Os procedimentos para a produção e a certificação de materiais de referência certificados
são dados, por exemplo, no Guia ISO 34 e no Guia ISO 35.
NOTA 3: Na definição, o termo “incerteza” engloba a “incerteza de medição” e a “incerteza associada ao valor de uma propriedade qualitativa”, tal como para identidade e seqüência. O termo “rastreabilidade” pode designar, tanto a “rastreabilidade metrológica do valor de uma grandeza”, quanto a “rastreabilidade do valor de uma propriedade qualitativa”.
NOTA 4: Os valores de grandezas especificadas dos materiais de referência certificados exigem uma rastreabilidade metrológica com uma incerteza de medição associada (ver Accred. Qual. Assur.: 2006)[45].
NOTA 5: A definição do ISO/REMCO é análoga (Accred. Qual. Assur.: 2006)[45], porém em inglês utilizam-se os modificadores “metrological” e “metrologically”, tanto para se referir à grandeza, quanto à propriedade qualitativa.
5.15
comutatividade de um material de referência
commutability of a reference material
commutabilité d’un matériau de référence
Propriedade de um material de referência expressa pela proximidade de concordância entre, por um lado, a relação entre os resultados de medição obtidos a partir de dois dados procedimentos de medição para uma dada grandeza desse material e, por outro lado, a relação entre os resultados de medição para outros materiais especificados.
NOTA 1: O material de referência em questão é geralmente um padrão e os outros materiais especificados são geralmente amostras comuns.
NOTA 2: Os procedimentos de medição mencionados na definição são o que precede e o que sucede o material de referência utilizado como padrão em uma hierarquia de calibração (ver a ISO 17511).
NOTA 3: A estabilidade dos materiais de referência comutáveis é verificada regularmente.
5.16
dado de referência
reference data
donnée de référence
Dado relacionado a uma propriedade de um fenômeno, corpo ou substância, ou a um sistema de componentes de composição ou estrutura conhecida, obtido a partir de uma fonte identificada, avaliado criticamente e verificado em relação à exatidão.
EXEMPLO: Dados de referência relacionados à solubilidade de compostos químicos, publicados pela IUPAC.
NOTA 1: Na definição, o termo exatidão pode designar tanto a exatidão de medição quanto a “exatidão do valor de uma propriedade qualitativa”.
NOTA 2: Em inglês, “data” é uma forma plural cujo singular é “datum”. “Data” é utilizado normalmente no sentido singular no lugar de “datum”.

5.17
dado de referência normalizado
standard reference data
donnée de référence normalisée
Dado de referência emitido por uma autoridade reconhecida.
EXEMPLO 1: Valores das constantes físicas fundamentais avaliadas e publicadas regularmente pela ICSU CODATA.
EXEMPLO 2: Valores das massas atômicas relativas dos elementos, denominados também de valores de pesos atômicos, avaliados a cada dois anos pela IUPAC-CIAAW na Assembléia Geral da IUPAC e publicados no Pure Appl. Chem. ou no J. Phys. Chem. Ref. Data

5.18
valor de referência
reference quantity value ; reference value
valeur de référence
Valor de uma grandeza utilizado como base para comparação com valores de grandezas do mesmo tipo.
NOTA 1: Caso o valor de referência seja um valor verdadeiro de um mensurando, ele é desconhecido. Caso seja um valor convencional, ele é conhecido.
NOTA 2: Um valor de referência com sua incerteza de medição associada é geralmente relacionado a:
a) um material, por exemplo, um material de referência certificado,
b) um dispositivo, por exemplo, um laser estabilizado,
c) um procedimento de medição de referência,
d) uma comparação de padrões

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Anexo A
(informativo)
Diagramas conceituais
Os 12 diagramas conceituais neste anexo informativo têm o objetivo de fornecer:

  • uma apresentação visual das relações entre os conceitos definidos e denominados nos capítulos precedentes;
  • uma possibilidade de verificar se as definições apresentam relações adequadas;
  • um quadro para identificar outros conceitos necessários; e
  • uma verificação de que os termos são suficientemente sistemáticos.
    Convém lembrar, entretanto, que um dado conceito pode ser descrito por muitas características e somente as características essenciais delimitadoras estão incluídas na definição.
    A área disponível numa página limita o número de conceitos que podem ser apresentados de forma legível, mas todos os diagramas estão em princípio inter-relacionados a outros diagramas, como se indica em cada diagrama por referências entre parênteses.
    As relações empregadas são de três tipos como definido na ISO 704 e na ISO 1087-1. Dois são hierárquicos, isto é, têm conceitos superiores e subordinados; o terceiro é não-hierárquico.
    A relação genérica hierárquica (ou relação gênero-espécie) conecta um conceito genérico e um conceito específico; o último herda todas as características do anterior. Os diagramas mostram tais relações como uma árvore,
Vocabulário Internacional de Metrologia – (VIM)
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Para evitar diagramas muito complicados, não são mostradas todas as relações associativas possíveis. Os diagramas evidenciam que os termos derivados nem sempre possuem uma estrutura sistemática, freqüentemente porque a metrologia é uma disciplina antiga cujo vocabulário evoluiu por aumento gradual, e não por ter sido criado desde o início sob a forma de um conjunto completo e coerente.

Vocabulário Internacional de Metrologia – (VIM)
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